Falha humana em 95% dos acidentes de trânsito

Estudos mostram que falha mecânica do veículo não é o fator predominante para colisões

O Maio Amarelo, iniciativa desenvolvida no Brasil e compartilhada em outros países, tem o propósito de conscientizar a sociedade para que não cometa equívocos na hora de dirigir.

Aproveitando esse programa, nesta quarta-feira (25), a Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP) junto ao Sindicado das Seguradoras de São Paulo (Sindiseg) promoveram um debate a fim de discutir as causas dos acidentes e fomentar projetos para diminuir a sinistralidade no trânsito.

O Brasil é o quarto país na América com mais mortes no trânsito, segundo pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com esse alto índice de sinistralidade, o setor de seguros é impactado a cada ano tanto na proteção de automóveis, quanto na carteira de vida.

O presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho define a situação como um problema dos condutores que não seguem devidamente as normas de segurança. “Quando você se envolve em um acidente de trânsito, qual é a desculpa que daria?”, indaga Ramalho. Ele explica que os condutores têm a velha dificuldade em não assumir a culpa e essa resistência é fruto da cultura brasileira.

De acordo com o executivo, a cada 12 minutos há uma ocorrência nas vias do país. Ele chama a atenção ao impacto social que isso causa, pois a sinistralidade atinge diversas carteiras de seguro dependendo do grau da colisão.

Segundo dados da Susep, no ano passado o mercado segurador pagou mais de R$ 11 bilhões em indenização por tragédias no trânsito. Além de afetar a carteira de automóveis, os eventos também

Presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho
Presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho

acionam carteiras de vida, previdência, responsabilidade civil, habitacional, entre outras.

Projeto Recomeço

Ramalho explica que o programa tem como obrigação encaminhar vítimas de acidentes que ficaram com graves sequelas, para entidades de reabilitação física, esportiva e profissional. A intenção é tentar recolocar o paciente no mercado de trabalho além de fazer um importante trabalho social.

O diretor-executivo da RF Soluções Corporativas e Consultoria, Neival Rodrigues Freitas aponta que é necessário inserir programas de educação de trânsito nas escolas com a intenção de formar melhor o futuro motorista. “Os condutores devem parar de pensar no fator multa e olhar mais para o risco de vida que está sofrendo”, pondera Freitas. Segundo ele, as campanhas de conscientização são imprescindíveis na sociedade para implantar educação no trânsito brasileiro.