Grupos de seguro dos EUA consideram termos da nova lei da Saúde “impraticáveis”

Duas das organizações mais poderosas da indústria de seguros norte-america dizem que uma cláusula crucial do projeto de reforma do sistema de saúde dos EUA é “impraticável sob qualquer forma”. A crítica foi apresentada em uma declaração conjunta incomum da Associação Cruz Azul Escudo Azul e da Planos de Cuidados da Saúde da América. O item em questão sugere a venda de apólices restritas e mais simples.

A declaração é um golpe nos esforços dos líderes republicanos para ganhar apoio à nova legislação, que deve ser apreciada no Senado na próxima semana. O líder da maioria no Senado, Mitch McConneel espera ganhar o apoio dos conservadores, mas alguns dizem que a legislação não avança o suficiente. Já os moderados estão preocupados essa redução da cobertura, em especial para pessoas com doenças graves. Dois dos 52 senadores do Partido republicano já disseram que se oporão à legislação e McConnell não pode perder outros para que a legislação possa sobreviver à votação esperada para a semana que vem.

“É simplesmente impraticável sob qualquer forma”, diz a carta conjunta das duas entidades de seguros. De acordo com elas, a proposta “prejudicaria as proteções para aqueles com condições médicas pré-existentes”, aumentaria os prêmios e levaria muitas pessoas a perder cobertura. A cláusula permitiria às seguradoras vender apólices de baixo custo com cobertura fraca, desde que atendam a uma lista limitada de serviços que são obrigados a fornecer de acordo com a lei de Obama, como aconselhamento sobre saúde mental e medicamentos prescritos.

O texto foi escrito pelo senador conservador Ted Cruz, do Texas, que justificou a proposta dizendo que isso reduziria os prêmios e daria às pessoas a opção de comprar a cobertura que sentem que precisam.

Críticos dizem que a medida incentivaria as pessoas saudáveis a comprarem os planos reduzidos e de baixo custo, deixando consumidores mais doentes e que precisam de uma cobertura mais abrangente enfrentando custos impraticáveis. A declaração das seguradoras respalda essa afirmação, credenciando as preocupações dos senadores moderados e complicando a tarefa de McConnell de conquistá-los.

As duas entidades dizem que os prêmios “disparariam” para pessoas com doenças preexistentes, especialmente para famílias de renda média. Elas também dizem que a reforma deixaria os consumidores com menos opções de seguro, então “milhões de pessoas mais ficarão sem seguro”.

O projeto de lei fornece US$ 70 bilhões para os estados usarem para ajudar a conter o aumento dos custos com pessoas com condições graves. Mas a declaração dos grupos de seguros diz que esse montante é insuficiente.

A proposta de reforma da Saúde representa um tentativa do Senado republicano de entregar uma promessa do partido de revogar a lei de cuidados de saúde do presidente Barack Obama, que eles se comprometeram a fazer desde a sua promulgação, em 2010.

Fonte: Dow Jones Newswires