Modelos mais roubados têm valor do seguro mais alto

Antes de comprar carro, consumidor deve fazer orçamento com operadoras licenciadas na Susep

Na hora de comprar um carro, todas as variáveis devem ser pensadas, inclusive o índice de roubos daquele modelo. É por esse motivo que as seguradoras divulgam uma lista dos veículos leves mais visados pelos ladrões, porque na hora de fechar o preço mensal do seguro, elas vão levar esse quesito em consideração. “São vários pontos que definem o preço final de um seguro, mas um veículo que está na lista dos mais visados terá o preço elevado”, explica Marcella Ewerton, coordenadora de marketing da Bidu Corretora.

No primeiro semestre de 2016, o modelo mais furtado em Minas Gerais foi o Gol 1.0, da Volkswagen. No Brasil, no mesmo período, o modelo de carro com maior índice de roubo em relação às unidades seguradas foi o Celta 1.0, da GM Chevrolet.

Segundo levantamento da Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, baseado no número de veículos segurados no Brasil, no primeiro semestre de 2016 foram roubados ou furtados pelo menos 118 mil veículos leves. Por essa razão Marcella destaca a importância de se pesquisar esse detalhe antes de adquirir um veículo. “Muitas vezes o consumidor pensa apenas se o valor da parcela vai caber dentro do bolso e se esquece não apenas do seguro, mas do IPVA, do emplacamento, e acaba concluindo que o carro vai sair muito mais caro do que imaginou no começo”, diz.

Outro cuidado importante, quando o carro é usado, é avaliar se o veículo não sofreu uma colisão grave. Algumas seguradoras e concessionárias fazem essa pesquisa, como a Checkauto (checkauto.com.br), que também informa se o veículo foi roubado, se a quilometragem foi alterada, se está alienado ao banco, se foi comprado de locadora ou se foi adquirido em leilão. A consulta unitária tem o valor de cerca de R$ 50.

Cuidados. Para Marcella, alguns cuidados podem ajudar na hora de diminuir o valor do seguro, mesmo que o modelo esteja entre os mais roubados, como ter sistemas antifurto ou dormir em uma garagem. “Um carro que dorme na rua e não está na lista dos mais procurados pelos ladrões provavelmente vai ter o seguro mais caro do que um listado, mas que passa a noite na garagem”, afirma.

Outra variável que aumenta o valor do seguro é a região onde o consumidor reside. As seguradoras avaliam se nas quadras próximas o índice de roubos também é muito alto. O local de trabalho, principalmente se o veículo não é guardado em uma garagem durante o dia, também é pesquisado. “A exposição do veículo em regiões com muita incidência de furto é avaliada pelas seguradoras”, declara.

Até a quilometragem média que o carro vai rodar diariamente altera no valor do seguro, assim como a idade do motorista. “Se o cliente mora perto do trabalho e vai fazer um trajeto de 8 km, por exemplo, vai conseguir um valor de seguro menor do que outro segurado que trabalha a 50 km de casa”, esclarece.

Em BH. Segundo a Fenabrave, o carro mais emplacado em 2016 foi o Onix. Estudo da Bidu Corretora mostra que na capital mineira o valor médio do seguro do modelo é R$ 1.973,74.
MERCADO

70% da frota brasileira de veículos leves não é segurada

60 mi de veículos rodam no país, segundo a Confederação Nacional de Seguros Gerais

30% mais barato pode ficar um seguro popular de carro

Empresas se preparam para seguro popular

Regulamentado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) desde abril deste ano, os seguros populares ainda não foram disponibilizados pelas operadoras. “Regulamentado já está. As seguradoras agora estão desenvolvendo o produto para começar a comercializar”, diz a coordenadora de marketing da Bidu Corretora, Marcella Ewerton.

Segundo Marcela, não existe um prazo para que o seguro popular esteja disponível no mercado, mas a procura pelo produto já existe. “O seguro popular poderá diminuir em até 30% o valor mensal médio dos seguros”.

A principal diferença entre o seguro convencional e o popular é a possibilidade de utilizar peças retificadas na segunda opção. “Hoje, no seguro convencional, só podem ser utilizadas peças originais. Isso restringe muito os carros que podem ser segurados no país. Temos uma frota grande de modelos que as montadoras já tiraram de linha. Como não é possível encontrar peças originais, não é possível para as operadoras segurá-los”, diz.

No país, apenas 30% da frota é segurada, segundo Marcella. “A Lei do Desmanche (lei 12.977/2014) já permite que peças retificadas sejam utilizadas, isso flexibiliza as regras e permite ampliar o mercado, o que seria bom para o consumidor e para as empresas”, avalia.

 

Fonte: O Tempo