Zim em debate no CCS-RJ: relação com a Youse e funcionalidades

De acordo com pesquisa da Accenture Digital, 68% dos consumidores querem ter acesso digital ao seu corretor de seguros – ou seja, ainda valorizam o suporte de um especialista. Os dados foram apresentados por Everton Peixoto, representante do Zim, aplicativo lançado em parceria com a Fenacor no 20º Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros no último mês. O Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (CCS-RJ) promoveu uma reunião para debater a ferramenta nesta quarta-feira, dia 8 de novembro, com o objetivo de conhecer melhor a plataforma e esclarecer questões que geraram polêmica entre os profissionais da categoria. “O objetivo”, disse o presidente do CCS-RJ, “era fornecer as informações necessárias, tirar dúvidas com o especialista para que cada um tome a decisão de usar ou não a ferramenta”. 

A grande preocupação dos corretores foi a relação da Wiz, empresa responsável pelo Zim, com a Youse, plataforma que chegou ao mercado com o intuito de fazer a venda direta de seguros, desrespeitando e desvalorizando em seu discurso a atuação do corretor. “A Caixa Seguradora, dona da Youse, não tem vínculo societário com a Wiz, é apenas um investidor: possui 25% de suas ações, o que não permite que haja nenhuma interferência em sua gestão, muito menos troca de dados entre as duas”, afirmou Everton.

O presidente da Fenacor, Armando Vergilio, explicou ainda que a Federação contou com uma minuciosa assessoria jurídica no momento de fechar contrato com a parceira, garantindo a inviolabilidade das carteiras dos corretores e a total privacidade de seus dados. “Tudo isso está ainda protegido por uma apólice de seguro”, completou.

“O que as pesquisas mostram é que o consumidor não quer adquirir o seguro diretamente. Ele quer auto serviço, não auto compra. Portanto, um modelo híbrido se faz necessário, e é nisso que acreditamos”, explica o executivo do Zim. Mesmo em um período de crise, as buscas pela palavra “seguro” no Google aumentaram de 700 mil para 1,4 milhões entre 2012 e 2017, sinal de uma sociedade conectada. Mas o corretor ainda utiliza pouco as ferramentas digitais – apenas 54% lançam mão do Facebook, por exemplo, para realizar seu trabalho. O objetivo do aplicativo seria, então, promover a inclusão digital da categoria.

“A ferramenta vai gerar leads (oportunidades) para mais vendas, mostrando ao cliente o corretor mais próximo ao seu bairro, melhor avaliado e mais ativo no app; vai auxiliar no relacionamento após a venda, com um CRM poderoso; e no futuro vai unir cotações, propostas e emissão, um passo ainda em desenvolvimento porque depende da adesão das seguradoras”, conta Peixoto. Ele acredita que funcionalidades como essas são o caminho para que o corretor recupere o controle da sua relação com o consumidor, já que as seguradoras já estão desenvolvendo os seus próprios aplicativos.

E Armando Vergilio observou: “como será a vida do corretor se ele precisar baixar as plataformas de cada seguradora? Isso não simplifica sua vida, e sim o contrário. Por isso buscamos essa solução”. Ele frisou também que a utilização do Zim é opcional, portanto, o corretor pode escolher não aderir. Mas acredita que ele precisará buscar, então, alguma outra ferramenta do tipo. “Nós não vamos vencer a tecnologia, temos que nos aliar a ela”, avaliou.

O diretor do CCS-RJ, Amilcar Vianna, disse que o movimento na direção da tecnologia é um fato e o mais natural é que haja muitas dúvidas em relação às novidades. E isso foi o que motivou o Clube a promover a reunião. “Muita coisa ainda vai acontecer e, no meio de tudo, pode ser que brote uma ideia interessante que vai fazer um novo mercado e mostrar uma nova forma de atrair clientes”, disse.

O encontro contou com mais de 70 corretores, que participaram ativamente com perguntas e sugestões. Um dos questionamentos foi sobre a situação desses profissionais no Rio de Janeiro, que ficariam excluídos do benefício de ter acesso gratuito ao Zim durante dois anos, dado a todos os associados de Sindicatos filiados à Federação, já que o Sincor-RJ não é um deles. O presidente Armando Vergilio garantiu que uma solução, já em estudo, será apresentada até o início de dezembro.