Futuro dos negócios será físico e digital

Confira artigo de Bernard Biolchini, CEO do Grupo Pentagonal Seguros

Bernard Biolchini, CEO do Grupo Pentagonal Seguros
Bernard Biolchini, CEO do Grupo Pentagonal Seguros / Divulgação

Escrevi um artigo há cerca de um ano, em que eu citava sites que falavam sobre “cemitérios” de startups. Ideias teoricamente revolucionárias, muitas insurtechs e fintechs vão parar nestas estatísticas dos fracassos, depois de queimarem capital próprio ou de terceiros – que entram como investidores por se esquecerem que no mundo dos negócios, ao se tratar de riscos ou volumes substanciais para o cliente final, não se pode ter como lastro principal apenas a tecnologia. Seres humanos precisam falar e lidar com seres humanos, quando há risco envolvido.

As máquinas e a tecnologia como ferramenta de aumento de eficiência e suporte são inigualáveis. Principalmente na indústria, nas quais executa tarefas que ofereçam muitas vezes risco a integridade física do ser humano ou diminui custos de ineficiência na linha de produção. As vendas online de produtos de varejo, a tecnologia terá sempre impacto muito forte. Entretanto, existem muros que a tecnologia não consegue transpor e os que tentam ignorar este fator, estarão brevemente listados nos “cemitérios” de startups.

Vou fazer algumas perguntas ao leitor, para embasar o que afirmo: por mais que aviões sejam autônomos, viajaria numa aeronave sem piloto e co-piloto? Prefere ir ao médico ou colocar sintomas de alguma doença numa máquina programada para fazer um diagnóstico? Confiam 100% em um veículo autônomo, sem ninguém sentado no assento do motorista? Existem condições de dar crédito a Justiça, sem juízes? Afinal, as leis seriam facilmente colocadas em scripts de programas. Contrataria um seguro de um bem de alto valor ou aplicaria um capital de relevante soma, diretamente, através de um meio digital – sem o menor intercurso humano? Fazer simulações faz parte do processo. Fechar negócio é diferente!

O ser humano não é uma máquina e o empreendedor não deve esquecer isso jamais. Precisamos de experiências e sensações de segurança, que não podem ser programadas em nosso cérebro e nem satisfeitas através da tecla enter do teclado, como se estivesse locado no mundo dos fetiches tecnológicos, assistindo em um sábado à noite a um filme de ficção científica e comendo pipoca. A distopia do futuro é perturbadoramente linda. No mundo real, não é assim que tudo funciona. O atual isolamento social imposto pelas autoridades, comprovou que o cenário 100% digital está ocasionando outras epidemias, como as de infarto por estresse e depressão. Não existe operação no ambiente tecnológico que ainda não necessite do raciocínio do homem para ser conduzida.

*Bernard Biolchini iniciou a carreira com expertise no mercado de franquias. Atuou como Controller do Mc Donald’s. Formado em Administração com MBA em Finanças pelo IBMEC, o executivo também é Corretor de Seguros, CEO do Grupo Pentagonal e em seis meses desenvolveu a primeira cripto moeda corporativa brasileira, voltada para contratos inteligentes. O CPZ é um Token ERC20 no Blockchain da Ethenerum, com 1 milhão de moedas emitidas.