Lideranças da corretagem avaliam que relação com clientes está melhor

Lideranças da corretagem avaliam que relação com clientes está melhor

Diretores regionais, reunidos em live do CCS-SP, contam que pandemia não reduziu trabalho, mas tornou mais próxima a relação com clientes

Quase um ano depois do início da pandemia, o Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) quis saber como os corretores enfrentaram esse difícil período e o que aprenderam. A resposta para esta e outras questões foram apresentadas por seis diretores regionais do Sincor-SP na live “Corretor de Seguros – Experiências e Expectativas”, realizada no dia 16 de fevereiro com a mediação do secretário Ednir Fornazzari. O evento, que integra a série Prata da Casa, também discutiu a sucessão empresarial a partir da experiência de cada convidado.

Marco Antonio Cabral, diretor regional Sincor-SP na Zona Norte, relatou que no início o trabalho em home office foi prejudicado pela falta de conexão com a internet na região onde morava. Ele alugou escritório em outro local e passou a atender remotamente. Hoje, constata que de forma online consegue atender muito mais. “O home office é uma realidade, teremos mais qualidade de vida, mas trabalharemos mais. Estamos mais próximos dos clientes”, disse.

Márcio José da Silva, diretor regional do Sincor-SP na Zona Sul, disse que a adaptação foi rápida e facilitada pelo sistema de gerenciamento da corretora. Hoje, ele questiona se vale a pena gastar com aluguel de sala. “Será que não é hora de rever isso?”. Outra descoberta foi a possibilidade adotar o revezamento no trabalho presencial da equipe.

Fornazzari perguntou sobre o atendimento da regional aos corretores da Zona Sul durante a pandemia e Marcio Silva respondeu que “tem dado muito certo”, sobretudo por WhatsApp. Por fim, ele deixou uma reflexão aos corretores: “Olhem para dentro da corretora, vejam o que é funcional ou não”.

José Carlos Rosatto, diretor regional do Sincor-SP na Zona Leste, lamentou ter demitido um funcionário no início do home office. Depois, segundo ele, a situação se ajustou. “Criei mecanismos para o bem-estar de todos os colaboradores. Aprendi a tomar decisões me colocando no lugar das outras pessoas”, disse.

Diretor regional do Sincor-SP na Zona Oeste, Edmar Fornazzari, irmão e sócio do secretário Ednir Fornazzari, afirmou que deu certo o planejamento traçado no início da pandemia. “A internet facilitou o trabalho e a aproximação com os nossos clientes”. Também do lado das seguradoras o relacionamento melhorou. “Antes, era muito difícil falar com o comercial das seguradoras. Hoje, envio uma mensagem e a resposta vem em 3 ou 5 minutos”, disse.

Diretor da regional ABCDMR, Sady José Viana Sobrinho acredita que os corretores conseguiram se adaptar bem ao home office. “Reduzimos custos, otimizamos o tempo, mantivemos a eficiência e, principalmente, ganhamos em qualidade vida”, afirmou.

Com escritórios em Osasco e São Paulo, Eduardo Minc, diretor da regional do Sincor-SP em Osasco, relata que já na primeira semana de home office viu todas as renovações serem concluídas. Passados quase doze meses, ele revela que aprendeu a utilizar as mídias sociais e as vendas aumentaram. Agora, pretende trabalhar metade do tempo em casa. “Porque é bom ver os filhos crescerem”, disse.

 

Sucessão empresarial

O secretário do CCS-SP destacou a importância do tema sucessão, já que a maioria das corretoras é familiar. Cabral, que admitiu não ter sucessores, revelou que administra a carteira de dois corretores que faleceram sem deixar sucessores. “É um problema sério que me preocupa. Quem sabe minha filha mude de ideia”, disse.

Márcio Silva, que tem três sucessores, orientou os corretores a investirem na formação profissional dos filhos. “O Sincor-SP e a ENS firmaram parceria e estão oferecendo 20% de descontos aos associados”, informou. Para Rossatto, o mais importante é decidir o momento certo da sucessão. “Se não for por amor, será pela dor”, disse.

Edmar Fornazzari contou que sucedeu o tio na corretora e também assumiu a carteira de outro corretor que não tinha deixado sucessores. Diante da falta de interesse dos filhos, espera contar com seus colaboradores. Ele avalia que cabe às lideranças orientarem a categoria. “Precisamos preparar as pessoas”, disse.

Apesar de ter investido na preparação dos dois filhos desde cedo, Sady Viana viu ambos partirem para outras carreiras. Na sua visão, o planejamento deve começar pela escolha do sucessor, mas, frisa, “desde que a pessoa demonstre interesse”. Para Minc, além de iniciar logo cedo os filhos na área, é importante começar pelo lado bom. “Não colocaria em sinistros”, disse.

O secretário Ednir Fornazzari elogiou a participação dos convidados na live. “Foi muito instrutivo e demonstrou a dedicação, vocação e um quase sacerdócio de vocês pela corretagem”, disse. Ele lamentou a falta de tempo para discutir um dos assuntos da pauta, a Resolução 382, mas se comprometeu a realizar novo encontro. “É importante, os corretores precisam saber a opinião das lideranças”, disse.