Apesar da perspectiva da inflação em 2017 permanecer dentro da projeção estimada pelo Governo, tudo indica que no ano que vem, assim como neste ano, as empresas continuarão a buscar redução de custos para evitar possíveis cortes de pessoal e manter o fluxo de caixa. Uma das saídas comumente encontrada é não renovar, cancelar ou restringir a cobertura de seguro, sem, antes disso, gerenciar estrategicamente quais riscos a companhia está disposta assumir. Neste cenário, a gestão de seguros pode auxiliar.
A opinião é de Caio Timbó, diretor da LTSeg Corretora e Administradora de Seguros. “Com um efetivo gerenciamento do programa de seguros de uma empresa é possível, em momentos de crise, alterações nos desenhos das apólices que farão com que os prêmios de seguro diminuam, as vezes substancialmente. A máxima serve para todas as apólices de seguro, do automóvel individual à planta industrial”, explica o especialista em mercado de seguros.
Segundo ele, é necessário fazer o gerenciamento dos riscos por meio de matrizes que deflagrem para o gestor da empresa os maiores riscos do negócio e quais financeiramente seria interessante assumir. Além de possibilitar a identificação dos maiores vetores de risco, as matrizes permitem a melhor estruturação das apólices de seguro da empresa, economizando tanto diretamente – quando se paga menos prêmio de seguro, quanto indiretamente – quando a economia se resume na otimização da hora técnica do gestor e dos colaboradores na gestão dos seguros.
Outra forma de gestão de apólices para redução de custos é a contração de seguros em camadas. “Isto se aplica a empresas e apólices maiores e funciona da seguinte forma: ainda que a exposição máxima de uma empresa seja sua perda total, a possibilidade de isto acontecer tende a ser remota, então estudam-se cenários de maior probabilidade e menor severidade e contrata-se uma apólice primária no limite principal de exposição. A partir daí apólices complementares com limites adicionais (a 2º, 3º, 4º risco…) vão sendo contratadas até que se obtenha cobertura total para a exposição desta empresa”, afirma Timbó.
Ao avaliar a apólice não somente como forma de mitigação de riscos, mas também como forma de redução de custo, o empresário entende a importância do gerenciamento de risco e do seu programa de seguros, tarefa que necessariamente precisa ser coordenada por um especialista. Segundo o executivo, “não há nenhuma apólice passível de ser dispensada, o que precisa ser visto é o quanto de exposição e severidade há para uma empresa e se ela está disposta a assumir este risco”.
O trabalho desse especialista consiste, basicamente, em demonstrar exposições que uma empresa possui, trazendo cenários de perda, medidas e formas de proteção e continuidade do negócio. “Muitas companhias veem o seguro como despesa, porém, num cenário difícil, ele pode ser o mecanismo de continuidade do negócio”, finaliza.