Bate-Papo Seguro desta semana é com gerente de Seguro de Eventos e Entretenimento da Aon Brasil, Jorge Ribeiro
Quem não teve a oportunidade de comparecer naquele show que tanto queria, muitas vezes tenta suprir sua vontade assistindo o evento pela televisão. Pelo aparelho, pode-se perceber a dimensão do local. Quem é habituado no mundo dos seguros, imagina quantos tipos de proteção podem haver ali.
A Aon, empresa que oferece ampla soluções em riscos, trabalha firme no setor de grandes eventos no Brasil. O gerente que cuida da área de Seguro de Eventos e Entretenimento, Jorge Ribeiro, conversou com a Revista Seguro Total. Ele aproveitou e informou sobre quais seguimentos a empresa já fechou negócio neste ano.
Bate-Papo Seguro com a Aon
1) Revista Seguro Total – Apesar da recessão financeira nos últimos anos, os grandes eventos não pararam de acontecer no Brasil. Agora, com a possível retomada da economia, qual é a projeção da Aon neste ano, em se tratando de negócios?
Jorge Ribeiro – Mesmo com os problemas ocorridos na economia brasileira nos últimos anos, vemos um movimento importante. Isso de grandes marcas e produtores do segmento com estratégias de crescimento orgânico fora dos seus países de origem. Isso acontece por meio de aquisições, fusões e parcerias na região da América Latina, principalmente no Brasil.
O mercado passou por mudanças. Além dos grandes concertos musicais, que eram a base dos grandes eventos no brasil, juntamente com as grandes produções cinematográficas, o mundo do entretenimento criou novos modelos de negócios e importantes plataformas. Estas que abrangem novas tecnologias e geram um potencial de novas oportunidades para o país.
Projeções indicam que, até 2021, o mercado brasileiro crescerá cerca de 5% ao ano, com destaque para setores específicos como o de games, que poderá chegar a um crescimento na casa de 16%. Isso pode acontecer, uma vez que o Brasil ganha destaque a cada ano no mercado mundial.
No Brasil temos ainda um time de profissionais experientes e com convicção da oportunidade de se construir uma indústria de mídia e entretenimento a nível global, uma vez que a indústria cinematográfica é bem desenvolvida, a TV, com diversos prêmios internacionais, o crescimento do setor de games em um ritmo acelerado, e a música, uma das nossas marcas culturais.
Crescimento sustentável
Outro fator de importância para o crescimento sustentável de toda a indústria, passa pela gestão dos
riscos do segmento. Conhecer os riscos do seu projeto é o primeiro passo para se evitar surpresas. Diversos deles, como cancelamento de eventos e/ou produções cinematográficas decorrentes de riscos climáticos, problemas com o elenco, entre outros. Até mesmo pirataria e ataques cibernéticos, impactam diretamente nas receitas e no resultado para o crescimento das empresas do setor de entretenimento.
Alguns exemplos como riscos cibernéticos, onde os casos de downloads piratas, tais como Game Of Thrones, com 299 milhões de downloads piratas, seguido por The Big Bang Theory, com 63,2 milhões de downloads piratas, Orange Is The New Black, com 60,8 milhões de downloads piratas, Mad Men, com 55,7 milhões de downloads piratas e Arrow com 53,2 milhões de downloads piratas, geraram grandes prejuízos financeiros.
2) RST – Poderia adiantar quais são os próximos eventos que a corretora provavelmente vai realizar a consultoria?
JR – Como preservamos sempre os interesses dos nossos clientes, bem como os contratos que assinamos, podemos dizer que grandes produções cinematográficas internacionais estão sendo trabalhadas pela Aon Brasil e assim que o cliente nos autorizar a divulgação, faremos os nossos comentários.
Outros grandes eventos como grandes shows e esporte estão com seus programas de seguros sendo desenhados e colocados pela Aon, incluindo especialmente a parte de responsabilidade civil, que hoje se tornou uma das maiores preocupações do showbusiness no Brasil e no mundo.
3) RST – Gerenciar riscos é uma tarefa bastante complexa. O que faz a Aon sair na frente das concorrentes?
JR – Possuímos uma equipe de especialistas em gestão de riscos. Ela é focada em entretenimento nos centros de excelência da Aon (Brasil, Estados Unidos e Londres). Isso com tecnologia avançada para análise de uma grande base de dados. Nela, conseguimos além de qualificar os riscos de um grande evento, quantifica-los, ou seja, mostramos aos clientes o nível de exposição para cada cenário analisado, sejam eles seguráveis ou não seguráveis.
Essa metodologia foi criada pela Aon Brasil. Essa ordem já foi exportada aos nossos outros escritórios no exterior. Além da metodologia, realizamos workshops visando à integração e a visão de riscos de toda a corporação, pois entendemos que gerenciar riscos é uma cultura ainda a ser desenvolvida em todo o setor, apesar do conhecimento hoje existente.
4) RST – Como é possível acoplar tecnologia com consultoria de riscos?
JR – A Aon investiu cerca de US$ 350 milhões nos últimos anos para desenvolver uma melhor capacidade de analisar grandes fluxos de informações (Big Data). O resultado foram dois centros de análise e inovação, localizados na Irlanda e, mais recentemente, em Cingapura. Com a seleção desses dados, temos um panorama do setor e outros riscos que podem impactar nos negócios dos nossos clientes, o que nos permite trabalhar de forma preventiva, desenvolvendo novas coberturas, produtos e serviços para a melhor gestão e proteção dos riscos.
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Redação