Procura por seguro para fusões e aquisições (M&A) no Brasil cresce 30% em 2018, segundo a AIG Seguros

O ano de 2018 foi positivo para as operações de fusões e aquisições no Brasil: 16,5% a mais em relação ao ano anterior, segundo dados da consultoria KPMG. No mesmo caminho, a AIG Seguros aponta o crescimento pela procura do Seguro de Fusões e Aquisições (Representations & Warranties Insurance, em inglês), garantia adicional contratada pelo comprador para a cobertura de perdas financeiras decorrentes de passivo oculto na negociação,. Somente em 2018, a alta foi de 30%, segundo a seguradora, com boas expectativas para este ano.

“A apólice visa indenizar perdas financeiras resultantes de infração às garantias dadas pelo vendedor ao comprador no contrato de aquisição. A solução possibilita, ainda, o aumento de duração das garantias, oferecendo aos compradores tempo adicional para detectar e reportar problemas que talvez existam com a aquisição do negócio”, explica Flávio Sá, Gerente de Linhas Financeiras da AIG Seguros.

O especialista ressalta também que é possível distinguir a oferta de compra em uma negociação competitiva, fazendo com que a necessidade de garantias do vendedor seja menor. “Outros pontos que sempre destacamos é que a apólice pode proteger o relacionamento entre as partes (futuros sócios ou fornecedores, por exemplo), e que essa cobertura também diminui o risco de não pagamento por parte do grupo vendedor, por conta de possíveis problemas relacionados, por exemplo, à saúde financeira”, lembra Sá.

Além de mais transações de M&A no Brasil, o interesse pelo seguro está ligado a riscos de fatos desconhecidos, não esperados ou não mencionados durante o processo de due diligence. Segundo o seguro “No cenário brasileiro, questões tributárias, ambientais e aquelas relacionadas aos demonstrativos financeiros são os principais riscos na operação”, completa Sá.

Notificação de sinistros

De acordo com estudo global divulgado em 2018 pela AIG sobre sinistros nas apólices de M&A vendidas pela seguradora, uma em cada cinco apólices registrou notificação de sinistro, “o que mostra que mesmo o processo de due diligence mais detalhado pode falhar”, informa o relatório. Dentre as queixas registradas pela AIG, a maioria é referente a erros nas demonstrações financeiras (18%), seguida de situações tributárias irregulares (16%), falta de conformidade com legislação (15%), omissão de contratos relevantes (14%), relações trabalhistas (9%) e propriedade intelectual (7%). “No Brasil, desde que trouxemos o produto ao Brasil, em 2014, já registramos sinistro e atuamos com nossa experiência global para auxiliar o segurado durante o processo”, afirma Flavio Sá.