A chegada da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, foi, sem dúvidas, um símbolo na história do país. Dom João VI, rei regente de Portugal, que saiu as pressas do Império Português devido a chegada da tropa de Napoleão, contribuiu para o desenvolvimento econômico brasileiro e, principalmente, para independência, em 1822.
O que esse breve resumo da história tem a ver com o mercado de seguros? João VI foi responsável em abrir os portos brasileiros, flexibilizando as relações comerciais entre Brasil e Inglaterra e mais tarde com outros países. A estratégia resultou na criação do estatuto da primeira companhia de seguros, batizada de Comércio Marítimos.
Fugindo do confronto contra os soldados de Napoleão, João VI abandonou Portugal, deixando seus súditos à merce das tropas napoleônicas. A partida da realeza contou com o apoio da Inglaterra, único país europeu no qual os portugueses mantiveram estreitas relações após a ascensão do líder político francês. Os experientes militares ingleses, porém, só ajudariam a corte mediante às seguintes condições: ao chegar ao Brasil, o rei fizesse a abertura dos portos e promover a concorrência livre e reservada para a Inglaterra.
Assim fez João VI quando chegou a Salvador. Embora o acordo entre o rei e os ingleses tenha sido preponderante para a abertura dos portos, há 200 anos flexibilizar a economia brasileira seria inevitável. Segundo Laurentino Gomes, jornalista e historiador brasileiro, a ocupação dos franceses no porto de Lisboa suprimiu as estáveis negociações que a Inglaterra mantinha com Portugal. “Abrir os portos do Brasil, portanto, era uma decisão óbvia” (GOMES, 2008, p. 108).