Ao evitar a internet pública, empresas garantem mais rapidez e segurança no tráfego de dados
A demanda dos consumidores por serviços de saúde mais acessíveis e rápidos levou os players do setor a acelerar a adoção de novas tecnologias nos últimos anos. De acordo com o Volume 3 do Global Interconnection Index (GXI), estudo global realizado pela Equinix, a Velocidade de Interconexão – tráfego de dados entre empresas por uma via privada, sem passar pela internet pública – irá crescer a uma taxa composta de 71% entre 2018 e 2022 no setor de saúde e ciências biológicas.
A interconexão garante o tráfego de dados com rapidez e segurança. A taxa de crescimento apresentada pelo estudo representa um dos maiores ritmos de expansão entre todas as indústrias pesquisadas, e é maior que a registrada nos estudos anteriores. A alta se justifica devido ao fato de as novas tecnologias, como as análises preditivas de doenças e os dispositivos vestíveis, exigirem a troca de um grande volume de dados, muitas vezes vindos de origens diferentes, que precisam de um ponto neutro de conexão.
Além da cibersegurança – questão fundamental em tempos de leis de proteção à privacidade do usuário – os gestores do setor apontam a interoperabilidade e as tecnologias de engajamento com os pacientes entre as metas de investimento para 2020, de acordo com uma pesquisa da consultoria Gartner. Apenas o mercado de saúde móvel, o chamado mHealth, dobrou de tamanho nos últimos quatro anos, segundo a Deloitte, o que dá uma ideia do ritmo da transformação no setor.
A transformação digital levou também a uma grande mudança na forma como as empresas interagem com o setor de tecnologia. Se alguns anos atrás a TI era um departamento isolado na organização e centralizado, ela hoje está cada vez mais incorporada a todas as atividades das empresas. “Aquele modelo de TI tradicional, isolado e centralizado, não é recomendável na era digital, que exige integração e colaboração”, explica Eduardo Carvalho, presidente da Equinix no Brasil. “É preciso desenvolver uma arquitetura digital para oferecer uma experiência omnichannel aos pacientes”.
Esta mudança na estrutura da TI é uma das revelações do GXI. O cenário atual exige a migração para um modelo de TI distribuído geograficamente e regionalizado na cloud, resultando em uma infraestrutura de multicloud híbrida. O modelo permite que a empresa tenha mais flexibilidade e acesso simplificado a diversos fornecedores, com ganhos de competitividade.
O Avivo Group, provedor de serviços de saúde líder no Oriente Médio, aperfeiçoou a experiência dos usuários ao migrar para a cloud híbrida. Após a integração entre aplicações móveis, os pacientes obtiveram acesso a relatórios clínicos, agenda de exames e consultas, detalhes do seguro saúde e demais informações em tempo real. Desta forma, o histórico permanece acessível mesmo para equipes médicas em contato com o paciente pela primeira vez.
“Isso sustenta nossa visão de uma abordagem centrada na nuvem em relação à assistência médica privada, e garantirá nosso crescimento contínuo no mercado”, diz Justin S. Thiraviyam head de TI no Avivo Group.
Latência mais baixa
Ao optar por esta arquitetura, as empresas do setor da saúde têm pontos de acesso próximos de onde os usuários estão – na chamada digital edge -, onde a latência é mais de 30% menor. Com o 5G, a expectativa é de que esta diferença no tempo que os dados levam para transitar de um ponto a outro chegue a nove vezes, permitindo cirurgias à distância, entre outros avanços onde a latência é um fator determinante.
Segundo a Deloitte, em 2022 a população estará adaptada a dispositivos vestíveis de saúde, conhecerá o seu perfil genético e usará as informações disponíveis para tomar decisões sobre o tratamento, o local e o custo. “Todas essas inovações têm como base uma quantidade imensa de dados sensíveis, que precisará, cada vez mais, transitar com velocidade e segurança”, completa Carvalho.