Consórcio se reinventa e se torna ainda mais relevante em momentos desafiadores

Confira artigo produzido por Jefferson Maciel, CEO da Conseg/SA

Tão logo começaram os primeiros problemas ocasionados pela pandemia de coronavírus, o alerta vermelho para as administradoras de consórcio foi aceso. Muitas delas, assim como nós, foram rápidas e, de forma prudente e responsável, implementaram novas rotinas, seguindo as recomendações propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essas empresas constituíram comitês de crise e adaptaram suas estruturas para que os funcionários passassem a trabalhar no sistema home office. Reitero: esse foi o nosso caso.

Muito antes do início da crise, nosso sistema operacional já estava consolidado para que o cliente pudesse acessar, via site ou aplicativo, todo tipo de informação. Há muito tempo as assembleias são transmitidas online, no Youtube e no Facebook, além de serem realizadas via globo, não sofrendo assim nenhuma alteração com a suspensão provisória dos sorteios da Loteria Federal. Nossos ramais telefônicos também continuam os mesmos. Para os consorciados e distribuidores, no que tange à comunicação com a administradora, nada mudou. E isso é muito importante. O investimento em tecnologia, de maneira antecipada aos demais players do setor, nos coloca hoje em uma situação confortável diante do cenário atípico – graças a ela temos conseguido passar sem maiores prejuízos por esse turbulento período.

Registramos ainda um volume significativo de vendas digitais – os próprios clientes nos procuram e a área comercial, normalmente a mais afetada por qualquer mudança de cenário, mantém bons resultados. Esse é, sem dúvidas, um aprendizado da pandemia: todos nós como pessoas físicas estamos aprendendo a gerenciar a vida de uma forma diferente. Não questionamos a importância da presença física, no entanto, é inegável que os meios digitais oferecem boas alternativas, que em breve serão definitivamente incorporadas ao dia a dia das organizações.

Agora vamos aos dados. Em 2019, os números do consórcio do segmento de pesados foram extremamente positivos. Em adesões de novos clientes, tivemos um crescimento médio anual de 21,5%, com 91,63 mil novas cotas vendidas. Registramos ainda um aumento de 8,5% no número de contemplações. O número de participantes ativos cresceu 8,4% em relação à 2018 e o total de créditos vendidos desse segmento passou de 10,88 bilhões em 2018 para 14,77 bilhões em 2019 – um incremento de 35,8%. No início deste ano, o segmento apresentava o mesmo ritmo. Em janeiro e fevereiro tivemos resultados muito interessantes, em março uma pequena queda na última quinzena, mas diferente do que estava se desenhando. Estamos confiantes, com números de vendas e arrecadação dos clientes bem próximos da normalidade.

Passamos atualmente por uma fase desafiadora, mas o mercado, em breve, irá retomar. Sabemos que o agronegócio, assim como outros segmentos, é pouco impactado pela pandemia, sabemos também que sempre o setor de transporte é o primeiro a sentir e também o primeiro a reagir em qualquer crise, por isso acreditamos que o retorno será rápido. Sabemos ainda que em momentos de crise existe uma restrição de crédito no mercado e que a disponibilidade de financiamento fica ainda mais restrita. É nesse momento que o consórcio se torna ainda mais relevante ao oferecer ao consorciado diferentes possibilidades.

O consórcio vem numa linha de crescimento independente de crise. Eu, que tenho mais de 40 anos de experiência nessa área e que passei pelo Plano Cruzado, pelo confisco do Collor, pela disparada do dólar e também pelas crises na Ásia, posso, com conhecimento de causa, afirmar: o consórcio sempre se mantém em alta. Nos momentos de economia em crescimento ele acompanha e vai junto, nos momentos de crise, onde o mercado financeiro se restringe, o consórcio se apresenta como uma importante, e às vezes única, alternativa.

*Artigo produzido por Jefferson Maciel, CEO da Conseg/SA (Foto/Divulgação). A empresa é uma administradora de marcas renomadas que há 27 anos é referência no mercado de consórcios. Responsável pelo Consórcio IVECO, New Holland, Librelato, entre outras, a companhia é a terceira maior em carteira ativa e a quarta no ranking de vendas no segmento de pesados. O executivo também preside a regional da ABAC para o Paraná.