O papel do corretor em um país sem a cultura do seguro

Confira artigo escrito por Ivanildo Sousa, CEO da Agência Seg News, exclusivamente para Revista Seguro Total – Edição 207

O mercado brasileiro de seguros possui algumas características peculiares, e que afetam muito o seu desenvolvimento. São fatores como o baixo nível de renda per capita, por exemplo. Dados do IBGE em 2019 apontam que o rendimento domiciliar per capita médio no Brasil foi de R$ 1.439. Em função deste perfil econômico, há também a falta de cultura de seguros e de inclusão em outros produtos do setor financeiro. Um problema de acesso de grande parte da sociedade.

Por sua vez, além do Seguro do Automóvel, que é sempre o mais utilizado pela “visibilidade”, alta exposição aos riscos e por contar com menos “preconceitos” por parte de consumidores – que ainda pensam no “Ricardão” na hora de contratar um Seguro de Vida com cobertura para sua família. Cresce a demanda de soluções adquiridas por profissionais liberais, como os Seguros de Vida e Acidentes Pessoais (com destaque para as Coberturas de Diárias de Incapacidade Temporária etc) e os Seguros de Responsabilidade Civil Profissional para Advogados, Médicos, Contadores e outros.

 

Papel de consultoria é fundamental

A boa contratação de produtos como os mencionados dependerá de um amplo trabalho de consultoria a ser desenvolvido pelos Corretores de Seguros. Trata-se de um profissional qualificado e imprescindível para assessorar o seu cliente na escolha das coberturas necessárias e adequadas ao perfil dos riscos aos quais os seus futuros segurados serão expostos. O nosso mercado potencial de seguro de pessoas, por exemplo, ainda é praticamente inexplorado. O papel

dos Corretores de Seguros é fundamental para o atendimento de demandas reprimidas e a ampliação da Cultura do Seguro no Brasil.

 

Autorregulação e desenvolvimento Profissional

Com as mudanças que devem atingir o mercado de corretagem deve ser impulsionada a entrada de novos profissionais neste mercado. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) e o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) vão editar normas que estabelecerão critérios mínimos de qualificação para o exercício desta atividade.

Alguns estão contra a atuação de entidades como o Instituto Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguros, de Resseguros, de Capitalização e de Previdência Complementar Aberta (Ibracor). O órgão tem como objetivo “orientar e promover as melhores práticas do mercado de seguros”. Isso também ocorre em outras categorias profissionais regulamentadas, que estão organizadas em torno de seus Conselhos, Institutos e Ordens (Médicos, Advogados, Engenheiros, Contadores, Publicitários etc). Essas instituições oferecem o amparo ético e legal para manter em patamares elevados as relações com Consumidores, Órgãos Governamentais e demais entidades.

A questão é muito importante. Já pensaram se fossem extintas entidades como o Conselho Regional de Medicina (CRM); o Conselho dos Engenheiros e Arquitetos (CREA); a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); o Conselho Regional de Contabilidade (CRC); o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) e assim por diante? Isso permitiria que pessoas, sem qualificação profissional, passassem a atuar em segmentos importantes para a economia, saúde e direito do País – o que certamente não é recomendável.

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