Estudo busca auxiliar o setor durante a pandemia do novo coronavírus e depois dela
O Brasil já ultrapassou a marca de meio milhão de casos de covid-19, segundo os últimos números do Ministério da Saúde. Agora, o País só fica atrás dos Estados Unidos no número de infectados. Conforme as análises mostram, os pacientes mais vulneráveis são aqueles com 60 anos ou mais, grupo que corresponde a 14% do total de beneficiários da saúde suplementar, ou pouco mais de 6,6 milhões, conforme mostra o “Panorama dos idosos beneficiários de planos de saúde no Brasil”, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
Segundo José Cechin, superintendente executivo do IESS, a publicação é uma poderosa ferramenta para auxiliar o setor a criar programas específicos para a melhor assistência desses pacientes. “O aumento da longevidade da população é, sem dúvida, muito positivo e uma grande conquista da medicina e da sociedade. No entanto, todo o segmento de saúde precisa se antecipar ao aumento da demanda pela utilização dos serviços e futuros desafios dos custos”, alerta Cechin.
Aumento no número de idosos
A publicação aponta que desde março de 2000, início da base de dados, o número de idosos nos planos de saúde duplicou, passando de 3,3 milhões para 6,6 milhões em março de 2020. Ao analisar por modalidade, as Cooperativas Médicas e as Medicinas de Grupo mais do que dobraram o número de vínculos de pessoas com 60 anos ou mais no período analisado. Na mesma comparação, essa população também quintuplicou entre os planos empresariais e a quantidade de vínculos de indivíduos com 80 anos ou mais triplicou. Já a faixa etária entre 75 e 79 anos aumentou em duas vezes seu tamanho.
O Panorama também identificou que em março de 2020, 52% dos idosos estavam entre os 60 e 69 anos, 60% são do sexo feminino e 63% contam com planos coletivos. A maior fatia está nas Cooperativas Médicas e Medicinas de Grupo, com 73% do total.
Os números mostram, claramente, uma significativa mudança na composição etária dos planos de saúde, reflexo de alterações da sociedade. Para Cechin, é fundamental que não só o setor privado, mas todo o segmento de saúde do Brasil entenda que isso traz profundas alterações e especificidades da assistência para essa população. “Para se ter ideia, entre os planos da modalidade de autogestão, com beneficiários normalmente mais idosos, o índice de envelhecimento cresceu de forma acelerada a cada ano e atingiu 163,4% em março de 2020, o que acende uma luz de alerta para todo o segmento”, comenta. O índice de envelhecimento mede a relação entre o número de idosos (60 ou mais anos de idade) e o número de jovens (menores de 15 anos), vezes 100, ou seja, valores elevados indicam que a transição demográfica está em estágio avançado.
Panorama dos idosos beneficiários de planos de saúde no Brasil
Além de apresentar os dados por região e modalidade de contratação, o “Panorama dos idosos beneficiários de planos de saúde no Brasil” também traz a evolução do número de vinculados aos planos médico-hospitalares, distribuição percentual por faixa etária, índice de envelhecimento, razão de dependência, adesões, cancelamentos e migração entre março de 2000 e o mesmo mês em 2020.
“O atual momento ressalta a importância desta publicação. Vivenciamos um cenário inédito no Brasil, com a presença do novo coronavírus. Entre os óbitos confirmados pela doença no País, mais de dois terços tinham mais de 60 anos – sendo a taxa de letalidade maior nas pessoas com mais de 80 anos e seguida das pessoas de 70 a 79 anos. Para além do cenário atual, o segmento precisa criar programas específicos voltados para a promoção da saúde entre as pessoas idosas e com doenças crônicas. Esperamos colaborar nessa missão”, conclui José Cechin.
Veja aqui a publicação na íntegra.