Fundos imobiliários de logística ganham espaço nas carteiras de investimento

Com crise, FIIs de shopping center e de lajes corporativas apresentam riscos maiores para os investidores

Diante da queda sofrida pelos fundos imobiliários (FII) neste ano, os investidores buscam realocar suas posições em segmentos com melhor desempenho dentro desta classe de ativos. Os FIIs que investem em ativos de logística estão atraindo mais investimentos, enquanto os fundos de shoppings e lajes corporativas perdem espaço.

Na estratégia da Vero Investimentos, os fundos de logística devem chegar a representar 50% da carteira de FII dos clientes nos próximos meses. Atualmente, esta fatia é de 35%. Antes da crise, os fundos de logística representavam apenas 25%.

Segundo o sócio da Vero Investimentos, Eduardo Akira, esta transição de investimentos se deve às incertezas que existem nos mercados de shoppings e de lajes corporativas. Os shoppings estão sofrendo pelo fechamento das operações e pela expectativa de vendas mais baixas depois da reabertura. O setor sofre com o adiamento dos pagamentos de aluguéis, o que levou vários fundos a adiarem a distribuição de proventos aos cotistas.

Já os FII de lajes corporativas enfrentam incertezas sobre qual será a demanda por escritórios depois da experiência das empresas com home office durante a crise do coronavírus.

Em contrapartida, os fundos imobiliários de logística oferecem melhores perspectivas aos investidores. “Este segmento tem mostrado uma resiliência maior neste momento, e por isso ele deve ganhar maior peso nas carteiras”, explica Akira.

Apesar da recente desvalorização, os FII continuam sendo um bom investimento por pagar mensalmente uma renda ao investidor e também pela isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. Ao ser comparado com o Ibovespa, o Índice de Fundos Imobiliários de Investimentos (IFIX) tem um melhor desempenho neste ano. Enquanto o Ibovespa recua 17% no acumulado de 2020, o IFIX cai 13% no mesmo período.