Relatórios mostram divulgação intencional de informações falsas e pagamentos realizados de forma indevida
O IRB Brasil RE informou nesta sexta-feira, 26 de junho, que a investigação independente realizada pela KPMG e pelo escritório Felsberg Advogados, sobre a divulgação de informações a respeito da base acionária da companhia, foi finalizada. Os investigadores identificaram os responsáveis pela divulgação de informações inverídicas sobre uma suposta participação da Berkshire Hathaway como acionista do IRB Brasil RE. Esses responsáveis são ex-executivos da Companhia, que praticaram atos individuais irregulares, fora de seus mandatos e de seus poderes regulares de gestão.
Em paralelo, a nova diretoria do IRB Brasil RE também realizou apurações internas que mostraram o pagamento indevido de bônus a antigos executivos e colaboradores da Companhia e de empresas controladas, em operações realizadas no exercício de 2019 e 2020. O montante já identificado nessas operações é de cerca de R$ 60 milhões. Além disso, a nova gestão verificou que em fevereiro e março de 2020 foram realizadas operações de recompra de ações da Companhia que ultrapassaram as quantidades autorizadas pelo Conselho de Administração em 2.850.000 ações. Os responsáveis primários por essas irregularidades, que igualmente não se encontram mais nos quadros do IRB Brasil RE, já foram identificados.
Todas essas atividades e operações foram levadas a cabo sem que o Conselho de Administração fosse informado ou as avalizasse, ou seja, à revelia.
“Nós nos dedicamos muito nestas últimas semanas a uma análise abrangente, criteriosa e extremamente rigorosa de todas as operações, ações e decisões tomadas no IRB Brasil RE antes da chegada da nova diretoria, de forma a provermos às autoridades, aos nossos acionistas, ao Conselho de Administração e ao mercado um quadro completo e verdadeiro sobre a Companhia”, diz o presidente do Conselho de Administração e atual diretor-presidente Antonio Cassio dos Santos.
A Companhia já entregou todo o material apurado ao Ministério Público Federal (MPF), à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). No MPF, o processo correrá sob segredo de Justiça, e por isso os nomes dos envolvidos e os detalhes dos fatos não podem ser tratados publicamente pelo IRB Brasil RE. A Companhia passará agora a colaborar com as investigações das autoridades competentes e também tomará as devidas providências legais a fim de ser ressarcida de todos os prejuízos que lhe foram causados por condutas irregulares cometidas pelos indivíduos envolvidos.
“Nós temos plena consciência de que há bastante trabalho a ser feito no IRB Brasil RE para que a Companhia recupere a confiança pela qual já prezou até um passado recente”, diz Werner Suffert, Vice-Presidente Executivo, Financeiro e de Relações com Investidores. “Neste sentido, entregar os resultados dessas investigações e apurações internas às autoridades é um marco.”
Wilson Toneto, Diretor Vice-Presidente Executivo de Riscos e Conformidade do IRB Brasil RE, concorda. “Esta é a reafirmação daquilo que esta gestão tem dito desde que assumiu, há algumas semanas: não compactuaremos com quaisquer irregularidades que tenham sido feitas na companhia, em linha com o compromisso que temos com a transparência, a integridade, as melhores práticas de governança e com a busca incessante pela melhoria em nossos processos de compliance”, diz ele.