Brasileiro ainda precisa se organizar para o futuro, aponta pesquisa

Brasileiro ainda precisa se organizar para o futuro, aponta pesquisa

Levantamento foi feito em 15 países e coordenado pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon

Sabemi

O brasileiro ainda tem dificuldade de falar sobre envelhecimento e planejamento financeiro. Foi feito um levantamento em 15 países e coordenado no Brasil pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. A Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria se debruça anualmente para entender a expectativa da população na hora de se aposentar. O estudo inédito revela que, o brasileiro espera viver em média até os 87 anos. Isso é sete anos a mais do que a média global dos países pesquisados em 2019. E, aproximadamente, 11 anos a mais do que a média de vida brasileira, segundo o IBGE.

Planejamento Financeiro

Ainda que o Brasil se mostre otimista em relação à longevidade, o planejamento financeiro está longe. 46% dos entrevistados afirmam que têm consciência da necessidade de montar um planejamento para aposentadoria. Mas apenas 18% destes acreditam que estão poupando o suficiente. A maneira como estão economizando também reflete o preparo para um futuro mais seguro. Somente 34% das pessoas afirmam ter certeza de que estão guardando o valor correto para a aposentadoria. Já 45% destas informam que possuem, sim, um plano para aposentadoria, mas que não é um plano formal.

Previdência Social

A expectativa da população em viver o presente sem pensar no futuro também foi analisada. Para 48% dos brasileiros estimam que conseguirão metade sua renda proveniente do governo, sob a dependência da previdência social. Em contrapartida, quando questionados sobre quais são suas preocupações em relação à aposentadoria, o topo do ranking é liderado pelo medo de ficar sem dinheiro. Representando 50% das respostas dos entrevistados, enquanto perder a independência física é deixado em segundo plano (44%).

Em relação à qualidade de vida, o estudo apontou que os brasileiros esperam que a velhice seja tranquila e saudável. Para 71% dos entrevistados acreditam que poderão aproveitar o momento para viajar. 63% esperam conseguir aproveitar mais família e amigos e 60% dos entrevistados acreditam que conseguirão aprender e praticar novos hobbies .

A Pesquisa aponta, ainda, que o Brasil ocupa a terceira melhor posição. Segundo o Índice de Preparo para a Aposentadoria, atrás de Índia e Estados Unidos. “Isto pode ser explicado, em parte, pelo Pacto Social que vigorou até agora nestes países. Tanto na Índia quanto nos Estados Unidos, os indivíduos têm maior estímulo a formar a sua própria poupança. Já no Brasil, a boa colocação no índice tem como uma das justificativas o modelo histórico de Previdência Social. A abrangência e suficiência cobriu boa parte da população até agora”, explica Leandro Palmeira, Diretor de Pesquisa do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon.

Custos com planos de saúde preocupam

Quando abordados sobre a preocupação em manter o estilo de vida ao se aposentar, 37% dos brasileiros se dizem pouco confiantes em preservar a realidade que têm hoje. Em relação à saúde, o dado chama ainda mais atenção. 59% dos entrevistados não acreditam que conseguirão custear seus planos de saúde na aposentaria. Apenas 16% dos entrevistados acreditam que conseguirão arcar com seus custos de saúde.

“Chama a atenção no estudo que as pessoas preveem a aposentadoria como uma fase ativa e tranquila da vida. Enquanto as preocupações com a vida financeira e as despesas futuras não estão alinhadas. A pesquisa apontou que o brasileiro ainda precisa aprender a se planejar para gozar, de fato, de uma velhice tranquila e estável”, conclui Palmeira.