Em ano marcado por pandemia, evento contextualiza a busca de empresas e gestores na geração de impactos social e ambiental
A segunda edição da série de webinars técnicos (WebTec) da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg abordou o tema “Investimentos de Impacto”. O encontro, que teve a mediação da Diretora de Relações de Consumo e Comunicação da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, deixou claro que os investimentos estão considerando cada vez mais os aspectos ambiental, social e de governança, sem perder o foco em resultado e aumentando a percepção de riscos e oportunidades.
Efeitos da Pandemia
O ano de 2020 está sendo marcado pela pandemia do novo coronavírus e outros fenômenos políticos e sociais globais. Os esforços feitos por empresas para gerar impacto social e ou ambiental mensuráveis, também nesse período, estão assumindo papel prioritário.
“É benéfico quando se pode dar materialidade e exemplificar ações e “cases”. É tudo que se espera do tema sustentabilidade. Já que por muito tempo esteve no imaginário de pessoas e empresas. Acredito que no médio prazo, já consigamos notar expressivos resultados e usufruir como planeta e sociedade”, frisou Solange.
A Diretora ainda destacou que o setor de seguros, vida e previdência, saúde e capitalização é um grande formador de poupança. Em 2019, os ativos totais do setor alcançaram cerca de R$ 1,275 trilhão, sendo 75% desses ativos (R$ 957 bilhões) concentrados em aplicações financeiras. Dessas aplicações financeiras, 98% estão em quotas de Fundos de Investimentos, títulos de renda fixa e variável e aplicações no exterior. Concluindo que a dinâmica do setor demonstra a importância da diversificação.
O evento contou com as participações do Head de Previdência da XP Seguros, Amâncio Paladino Messina; da Presidente da Comissão de Sustentabilidade e Inovação da CNseg e Diretora de Sustentabilidade da Mapfre, Maria de Fátima Mendes Lima; da Analista ESG no Santander Asset e Membro do Grupo Consultivo de Sustentabilidade da ANBIMA, Luzia Hirata e do VP de Investimentos, Vida e Previdência da SulAmérica, Marcelo Mello.
Sustentabilidade nas empresas
Para Maria de Fátima Lima, as empresas com boa retrospectiva com seus clientes e com questões de sustentabilidade são as mais resilientes e com resultado financeiro melhor. “É uma tendência, na minha concepção já uma realidade, que veio para ficar e gerar melhores resultados nos médio e longo prazos”, afirmou.
Dentro da discussão sobre investimento e sustentabilidade, o WebTec CNseg teve a apresentação do Guia ASG (Ambiental, Social e Governança) para orientar instituições e gestores, realizada por Luzia Hirata. “O setor de seguros tem um potencial enorme para tratar dessas questões, até porque é bastante afetado”, afirma a Analista do Santander. Luzia observou que haverá uma série de impactos, mas não só do ponto de vista de riscos, como de oportunidades.
Longevidade nos negócios
Já o Head de Previdência da XP Seguros, Amâncio Paladino Messina, destacou que as empresas buscam longevidade em seus negócios. E os clientes cada vez mais olham para os investimentos com o viés da sustentabilidade. Segundo ele, a tendência é que os aspectos ASG estejam ainda mais presentes. “Existem clientes que levam em consideração em seus investimentos o total critério dos aspectos ASG. Por outro lado, é uma questão das próprias empresas terem essa preocupação porque está diretamente ligada à sustentabilidade dos seus negócios.”
O VP de Investimentos, Vida e Previdência da SulAmérica, Marcelo Mello, explicou como se deu a evolução dos aspectos ASG e frisou que o “Ambiental” foi o último a ganhar importância nos processos de investimentos nas empresas, no Brasil. “Acho que avançamos muito, principalmente em termos de “Governança” e “Social”. “Nessa direção, estamos semelhantes ao investidor americano, mas muito longe do europeu”, explicou. E destacou: “O aspecto Ambiental começou a ganhar importância quando as empresas repararam que teria impacto positivo em todos os outros investimentos.”