Mercado brasileiro terá de lidar com alta de preços em seguros como de crédito, garantia e D&O
A Willis Towers Watson, empresa global líder em consultoria, corretagem e soluções, divulga o relatório “Análise do mercado de seguros da América Latina 2020” que traz informações sobre tendências econômicas e evolução das taxas do mercado segurador. O estudo apresenta perspectivas dos produtos segurados como Linhas Financeiras (FINEX), Soluções Financeiras, Patrimônio e Responsabilidade Civil, Aeroespacial, Mercados Marítimos, Construção e Recursos Naturais.
Além do Brasil, especialistas da Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela, avaliam os principais riscos e impactos do atual cenário no setor. De acordo com Eduardo Figueiredo, Diretor de Riscos Corporativos da Willis Towers Watson, a possibilidade de maior impacto aqui no Brasil está nos seguros de D&O, crédito e garantia que têm uma projeção de alta elevada, incluindo escassez de capacidade e, consequentemente, dificultando a colocação dos riscos.
“Devido aos últimos eventos e impactos sobre a economia mundial, o mercado de seguros de crédito sofre de modo particular. Há previsão de aumento de atrasos nos pagamentos, renegociação do plano de pagamento e perspectiva de alta na incidência de sinistros. Em suma, em vista do cenário atual, nossa principal preocupação será a manutenção e boa gestão dos limites do segurado e, com o aumento dos sinistros, consequentemente existe a tendência de aumento do custo”, explica.
No caso do seguro garantia, o cenário é mais promissor, com muitas oportunidades. Um exemplo, é a autorização do Conselho Nacional de Justiça para a troca de depósitos judiciais pelo seguro garantia, visando liberar recursos das empresas em meio à crise provocada pela pandemia da COVID-19. Por outro lado, o aumento na demanda e a situação atual dos balanços das empresas aumentou a cautela das seguradoras, que limitaram à aprovação de capacidades, o que tem como consequência a tendência de aumento nas taxas.
Outra modalidade que registra tendência de alta significativa nas taxas é o seguro D&O. O mercado de seguros continua a operar, mas com condições mais restritas, reduzindo sua capacidade e aumentando os prêmios. “Os setores industrial e comercial sofreram perdas significativas que acarretaram na reavaliação dos riscos e aceitação por parte das seguradoras”, afirma Figueiredo.
Com a mudança de trabalho do escritório para casa, as estruturas dos sistemas das empresas foram colocadas à prova, o que aumentou a percepção de risco cibernético. Outro fator que se destacou, é a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) que trouxe uma série de requisitos e regulamentações para empresas que coletam e armazenam dados. Esses fatores levam os seguros de linhas financeiras a terem também uma projeção de alta.
“A pandemia acelera a urgência de implementar novas estratégias para se manter competitivo e relevante no mercado de seguros. Com a crise epidemiológica e econômica, o mercado de seguros deve focar principalmente em eficiência e produtividade, além de impulsionar a transformação digital e, a partir disso, criar produtos e soluções endereçadas às necessidades do cliente. Ou seja, mais do que nunca, o foco no cliente é fundamental, aliando a criatividade, flexibilidade e capacitação técnica”, finaliza.