CNseg aponta risco de desaceleração da economia no primeiro trimestre

CNseg aponta risco de desaceleração da economia no primeiro trimestre

Edição 37 da Conjuntura CNseg fez uma meticulosa análise do quadro macroeconômico

Uma meticulosa análise do quadro macroeconômico, com destaque para sua precoce desaceleração no começo deste ano e algum risco de fechar o primeiro trimestre negativo, está disponível aos leitores da edição 37 da Conjuntura CNseg, publicada pela Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg. Após o curto ciclo de retomada a partir de meados do ano passado, dois fatores podem travar agora a continuidade do crescimento neste trimestre. Um é o recrudescimento da pandemia, com a sua segunda onda, outro refere-se à falta de reativação de incentivos econômicos adotados no ano passado – sobretudo o auxílio emergencial.

O quadro de incertezas afeta significativamente os indicadores de confiança da economia, diz o artigo da Conjuntura Econômica CNseg. Esses indicadores refletem expectativas menos otimistas de empresários e de consumidores e contribuem para reforçar a previsão de queda do PIB do primeiro trimestre.

O comportamento da inflação, ainda que tenha havido algum alívio com o IPCA de janeiro, continua demonstrando alguma pressão e riscos, algo que deve encerrar o ciclo de baixa dos juros básicos, podendo recolocá-lo em trajetória de alta. Ainda não é possível medir o teto para a alta e quando eventualmente começará a troca do viés dos juros. Mas as chances de vir aumentam, sobretudo com a crescente percepção negativa em torno da deterioração fiscal.

O resultado disso é o prolongamento do caráter heterogêneo do choque econômico causado pela pandemia nos próximos meses. A indústria, que teve aumento de demanda por seus produtos durante os meses de isolamento e pôde mais facilmente retomar suas atividades com algum grau de segurança sanitária, deve se sair melhor no atual cenário. Já o comércio pode conviver com um cenário menos amigável, devido à redução do auxílio emergencial, ao aumento da inflação e à retomada de outras atividades econômicas. Os serviços tendem a manter o movimento de vaivém de resultados, apresentando recuperação lenta.

Apesar da grande incerteza, com probabilidade de a economia ter um ano de crescimento baixo, há dados que podem atenuar esse cenário. A começar pela eleição de novas lideranças no Congresso Nacional mais alinhadas ao Palácio do Planalto – algo importante para aprovar medidas em prol da economia, inclusive as reformas estruturantes – e do ritmo da vacinação, fundamental para que o País retome o crescimento de forma mais organizada.

O cenário internacional também é avaliado e pode se refletir positivamente na taxa projetada de crescimento do PIB de 2021, se os scripts forem cumpridos à risca, como, por exemplo, a aprovação do novo pacote de estímulos na economia americana.