ANS participa do lançamento do primeiro Código de Boas Práticas

ANS participa do lançamento do primeiro Código de Boas Práticas

Documento vai subsidiar prestadores de serviços de saúde no tratamento adequado dos dados de pacientes

Sabemi

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) participou, na sexta-feira 12/03, de evento promovido pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) para lançamento do Código de Boas Práticas aos prestadores de serviços de saúde privados para atendimento à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). O projeto, pioneiro no país, foi idealizado a partir da necessidade de apresentar uma proposta de código de autorregulação responsiva dos estabelecimentos privados de saúde e visa promover boas práticas em condutas a serem praticadas pelos hospitais e laboratórios privados de saúde no tratamento adequado dos dados dos pacientes. A ANS participou ativamente das discussões que resultaram no documento, sob a coordenação acadêmica dos autores do anteprojeto de lei que criou a LGPD, em vigor desde setembro de 2020.

Na mesa de abertura, o diretor-presidente substituto da ANS, Rogério Scarabel, ressaltou a importância histórica do Código como instrumento de reflexão e consolidação ao complexo processo de mudança cultural exigido pela LGPD e destacou a necessidade primordial do tratamento de dados pessoais sensíveis e os cuidados com a violação às regras de proteção à privacidade. Scarabel citou que o uso abusivo de dados pessoais sensíveis pelo conhecimento de doenças, por exemplo, podem afetar os relacionamentos e vida profissional dos indivíduos.

“A exposição de detalhes sobre a condição ou tratamento de um paciente podem ter impacto na vida social e profissional mais graves do que os males da própria doença. Por isso toda informação pessoal sobre saúde é classificada como informação sensível merecendo proteção especial”, explicou Rogério Scarabel, que também listou as diversas medidas e estratégias de gestão da informação que vêm sido implementadas pela Agência nos últimos anos como a Lei da Transparência, a Lei de Acesso à Informação e o Decreto que dispõe sobre a Política de Dados Abertos.

Ainda no contexto da promoção interna de mudança cultural para implementação e monitoramento da Lei dentro da ANS, Scarabel destacou que dentre as onze agências reguladoras federais, a ANS foi a primeira a designar um servidor para desempenhar a função como encarregado pelo tratamento de dados pessoais. O diretor também citou a criação da Assessoria de Proteção de Dados e Informação e a Coordenadoria de Apoio à Proteção de Dados (responsáveis pela implementação da LGPD na Agência), além do Comitê de Governança para debater a Transformação Digital; os materiais de comunicação orientativos sobre o tema e os encontros virtuais no intuito de disseminar o conhecimento da Lei e sua aplicação no dia a dia do trabalho, enfatizando o compromisso permanente da ANS com o tema.

“A Agência, comprometida com seu objetivo, reforça sua atuação para que gestores, servidores, colaboradores e toda a sociedade conheça os esforços e as ações realizadas em conformidade com a Lei. A consolidação da LGPD será uma jornada de modificação de cultura organizacional visto a enorme quantidade de dados pessoais sensíveis compartilhados entre os atores da saúde suplementar e todos custodiados pela ANS” finalizou.

Na mesa de abertura também estiveram presentes o presidente da CNSaúde, Breno Monteiro; o diretor-presidente da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Waldemar Gonçalves; o coordenador-geral jurídico da CNSaúde, Marcos Ottoni e os coordenadores do Grupo de Trabalho para Elaboração do Código de Boas Práticas, Laura Schertel Mendes e Danilo Doneda, que apresentaram o documento.

Dando sequência ao evento, foi apresentado um painel onde foi discutido a governança de dados e o papel dos códigos de boas práticas em LGPD. Sob a moderação de Laura Schertel Mendes, o painel contou com a participação da diretora da ANPD, Miriam Wimmer; da presidente do Center for Information Policy Leadership, Bojana Bellamy e do assessor de Proteção de Dados e Informações da ANS, Luiz Gustavo Homrich.

Em sua fala, Homrich destacou a atuação da ANS ao longo de seus 21 anos como indutora de boas práticas no fomento do setor e o apoio de iniciativas visando, sobretudo, a autorregulação; citou a extensa dimensão de dados compartilhados no setor da saúde suplementar através do SIB e do padrão TISS e ensejou que a criação do Código de Boas Práticas seja multiplicado e objeto de inspiração para outros setores da economia.

“As instituições que se unirem de forma colaborativa e se organizarem nesse processo de adequação da LGPD por meios de códigos de conduta terão diferencial de competitividade, gerando maior valor e confiança dos consumidores quanto à segurança e a proteção dos dados, bem como melhoria da imagem e melhor governança de seus dados”, finalizou.

O evento foi transmitido pelo canal da CNSaúde no Youtube.