Confira o artigo escrito por Leonardo Costa, sócio e head de Renda Fixa da Ethimos
O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic 2021 em 0,75 ponto percentual. Com isso, o principal mecanismo de controle da inflação passou de 3,5% para 4,25% ao ano. Mas o terceiro reajuste seguido não foi surpresa para ninguém: o mercado financeiro e o próprio Banco Central já anteviam a alta da taxa básica de juros, que ocorreu no igual patamar das duas anteriores, em março e maio deste ano.
Agora, o mercado aguarda pela divulgação da ata da reunião do Copom, que ocorrerá já na próxima semana. A principal questão do momento é se o Banco Central enxerga a inflação como temporária ou de longa duração. Visões que podem provocar próximos reajustes maiores ou mais sutis da Selic, respectivamente.
No entanto, duas coisas já são certas: o Copom antevê novo reajuste de igual magnitude para agosto, e a alta da taxa Selic em 2021 vai impactar a vida do consumidor e os investimentos. De que forma?
Apenas em maio, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,83%, o maior patamar para o mês em 25 anos. O acumulado em 12 meses é de 8,06%. Nem mesmo o mercado esperava essa alta, que foi puxada principalmente pela inflação no atacado.
Diante de tal escalada, o Banco Central se vê forçado a aumentar o ritmo das altas da Selic no curto prazo, buscando levar a inflação aos níveis próximos à meta. Com esse último aumento da Selic, diminuiria a necessidade de elevações maiores nos juros a longo prazo, por exemplo.
Já nos investimentos, há impactos principalmente em títulos de renda fixa. Neste atual cenário, os títulos prefixados e indexados à inflação, com prazos mais longos, podem apresentar valorização em um primeiro momento.
Por outro lado, os títulos de curto prazo devem se desvalorizar, o que prejudicaria investidores que já investem em produtos pré-fixados e atrelados à inflação. Mas é importante dizer que o mercado financeiro considera o cenário da alta da Selic positivo para outros títulos que acompanham a taxa básica de juros.
Enfim, o atual cenário de alta da inflação e da Selic exige ainda mais atenção do consumidor e dos investidores conscientes, até porque os ajustes não devem parar por aí. A estimativa dos economistas da XP é de que a Selic atinja 6,5% ao final deste ano. Por isso, é muito importante contar com a ajuda de um assessor de investimentos para que os investimentos sejam feitos de melhor forma.