Bolsa Família pode ter desconto de empréstimos consignados

Bolsa Família pode ter desconto de empréstimos consignados

Confira os comentários e análises de Marco A. J. Caruso e Lisandra Barbero, economistas do Banco Original

Julho começa com o futuro das bolsas mistas nessa manhã. Ásia no negativo depois do PMI chinês ficar ligeiramente abaixo do esperado e próximo da marca d’água que sugere expansão/retração. Europa, em compensação, tem alta relevante da Inglaterra ao leste europeu. Por lá, a nova variante da Covid-19 tem trazido uma elevação de novos casos, com aumento ainda tímido de hospitalização, mas há sinais positivos de produção de anticorpos contra a Delta pela vacina da Moderna. Futuros nos EUA no zero a zero.

Nesse ambiente, as commodities são destaque hoje, com petróleo avançando entre 2% e 3%, metálicas valorizando 0,5%, com minério mantendo o rally de junho quando subiu quase 12%. Agrícolas e soft commodities sobem 1,3%, com destaque para o milho em +3,0%; o clima nos EUA tem melhorado na margem, mas regiões importantes para a cultura (Dakotas e Iowa) seguem secas, o que se soma a estoques baixíssimos.

Por aqui, vale destacar os primeiros sinais de redução nos falecimentos por Covid entre a população de 50-59 anos, que vinha piorando desde maio. São novos sinais da efetividade da vacinação, mesmo que com certa defasagem. Do noticiário, os jornais seguem dando bastante ênfase às notícias políticas e ruídos envolvendo o cenário em Brasília. A aversão a risco observada nos ativos domésticos ontem foi consequência desses desdobramentos. O câmbio chegou a negociar acima de R$ 5,00/US$, encerrado pouco abaixo disso; Ibovespa perdeu -0,5%, com maior efeito negativo sobre a curva de juros, com o janeiro/2025 voltando na negociar acima de 8,0%.

No âmbito econômico, de acordo com o Estadão, o governo quer permitir que até 30% do valor do Bolsa Família possa ser descontado na fonte para abater empréstimos consignados. A proposta constaria na minuta da MP que propõe a reformulação e ampliação do programa pelo governo, com o nome provisório de Renda Cidadã. O valor médio do benefício, fixado inicialmente em R$ 250, ainda está em discussão, especialmente depois do pedido de Bolsonaro de que o valor fosse elevado para R$ 300.