Liderança feminina cresce no campo e em propriedades rurais

Liderança feminina cresce no campo e em propriedades rurais

Especial Agrishow Pra Elas traz análise de personalidades femininas do agro

O último censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2017 identificou quase 1 milhão de mulheres no comando de propriedades rurais do Brasil, dentro de um universo de 5 milhões de pessoas. Baseada na percepção do dia a dia, esse número provavelmente já aumentou positivamente.

“Certamente esse cenário está ainda melhor às mulheres. Quando comecei há 18 anos eu era uma das raras mulheres que visitavam o campo em meados de 2000. Hoje o cenário mudou, e de cada dez profissionais, seis são mulheres. Ou seja, aumentou em 60% a presença feminina no campo”, disse Alessandra Decicino, gestora de Projetos em Agro e mentora em Alta Performance da AG Agro Soluções, no bate papo especial Agrishow Pra Elas – Dia da Mulher, que aconteceu dentro da jornada do conhecimento Agrishow Labs, ao ar todas às terças-feiras, às 19h, no canal da Agrishow no YouTube.

Fernanda Monteforte, da Core Inovação e mediadora da conversa, salientou que, apesar destes números subirem, ainda menos de 5% das startups são fundadas por mulheres e há muito ainda a investir no público feminino neste setor.

No entendimento de Maria Antonieta Guazzelli, produtora rural que atuou por 30 anos na área de Tecnologia da Informação em bancos, e em 2002 iniciou as atividades no agronegócio, acredita que o perfil feminino se “encaixou como uma luva no universo agro”. “As características femininas como liderança, resiliência, facilidade na comunicação, empreendedorismo, afetividade e responsabilidade, além da facilidade em ser multitarefa, são primordiais para atuação no campo”, ressaltou. “Agro demanda esse tipo de comportamento porque lidamos com questões técnicas”, conclui.

Já Sibelle de Andrade Silva, diretora do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária do MAPA, citou a importância do olhar empático entre as mulheres dentro do agronegócio. “Temos a visão que no agro, apesar de não sermos poucas, podemos ser mais. Muitas vezes as mulheres gestoras se cobram muito, e isso não deve acontecer. Existe um processo que precisa ser respeitado, e é necessário dosar. Conseguimos ser melhores gestoras nos fortalecendo. A palavra-chave é união com aprendizado mútuo”, disse.