Depois de dois anos com os brasileiros adiando seus planos de fazer viagens internacionais, as agências de turismo estão vendo uma procura maior por destinos fora do país. Especialmente agora que a cobertura vacinal está maior, mais brasileiros podem aproveitar destinos fora do Brasil. Além das passagens e hospedagens, outro setor que está sendo aquecido por essa procura por destinos internacionais é o de corretoras de seguros. Afinal, o seguro viagem é necessário para entrar em alguns destinos, principalmente na América (fora Mercosul) e nos países da Europa.
Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras Gerais (CNSeg), a demanda por seguro viagem chegou a triplicar no primeiro semestre de 2022. Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve uma alta superior a 230%, indicando que os brasileiros estão voltando a viajar para o exterior e buscam por viagens mais seguras.
Em relação aos valores, apenas no primeiro semestre de 2022, o setor conseguiu uma arrecadação de aproximadamente R$ 362 milhões. Deste montante, apenas R$ 149 milhões chegaram a ser usados para atender viajantes que precisaram de algum procedimento médico ou para indenizações, por conta de bagagens extraviadas.
Para comparar, os resultados alcançados no primeiro semestre do ano passado foram bem inferiores, chegando ao total de R$ 110 milhões. O motivo apontado pelos especialistas foi o cenário epidemiológico instável, com muitos países que ainda tinham as fronteiras fechadas para os brasileiros.
Ou seja, o recente crescimento no setor de viagens ajuda a aumentar também os números para as seguradoras, que acompanham o avanço na vacinação contra a covid-19 tanto no Brasil quanto no mundo. Este foi o principal fator para a abertura das fronteiras, depois de quase dois anos com os viajantes escolhendo destinos mais próximos.
Com a função de cobrir despesas médicas, indenizar bagagens perdidas ou até mesmo cobrir os custos com o cancelamento da viagem, os brasileiros estão mais atentos à necessidade de possuir um seguro viagem, especialmente para os lugares em que ter um bom pacote é essencial para o desembarque ou ainda para garantir ressarcimento, em casos de cancelamento.
Tendência de investimento
O aumento no número de contratos de seguro viagem também revela uma outra tendência: o investimento maior em experiências. Enquanto na pandemia muitas pessoas voltaram seus gastos à moradia, fosse com reformas ou mudanças a locais com melhor qualidade de vida, como procura por casa para alugar na zona norte, hoje em dia, as pessoas procuram outras direções no momento de gastar.
O conforto, a segurança e a diversão, que por vários meses só podiam ser aproveitados dentro de casa, agora estão sendo buscados também em locais externos. Por isso, festivais de música, eventos ao ar livre e muitos outros programas devem receber mais atenção do público, com a possibilidade de recorde de arrecadação.
Principais destinos
O levantamento realizado pela CNSeg ainda revelou quais são os quatro principais destinos no mundo que os brasileiros visitaram no primeiro semestre deste ano. Em primeiro lugar, aparecem os Estados Unidos, seguidos por Portugal, Argentina e Alemanha. Segundo dados do Grupo Omint, a demanda por seguro viagem para pessoas que foram aos Estados Unidos teve um aumento de 627% para esse período, em comparação com 2021. O número poderia ser ainda maior, caso não houvesse uma fila de espera para a obtenção de vistos.
Aliás, esse problema tem atrapalhado os planos de muitas agências de turismo e intercâmbio. A fila para a obtenção de vistos para brasileiros pode ultrapassar 400 dias. Com isso, os números ainda não conseguiram chegar aos mesmos patamares do período pré-pandemia, mas a expectativa é que o segundo semestre seja ainda mais animador. (Foto: iStock)