KPMG mapeia tendências no setor de transporte de cargas brasileiro

Sabemi

Pesquisa inédita da KPMG aponta que a maioria (88%) dos envolvidos na indústria de caminhões acredita que o atual modelo de negócio de produzir e vender veículos vai mudar radicalmente nos próximos dez anos. Para os participantes do estudo, os fabricantes, fornecedores e concessionários deverão aumentar significativamente a parcela de receitas com prestação de serviços, manutenção preditiva e monitoramento e gestão de frotas, por exemplo.

O estudo, realizado em parceria com a AutoData e a SAE Brasil, também confirma que a implementação da tecnologia 5G tem aumentado as expectativas de lucratividade. O tema tem provocado uma discussão cada vez maior na busca por novos modelos de negócio que utilizem de maneira eficiente este ecossistema, incluindo o cliente final e ampliando cada vez mais a conexão digital entre caminhões e fábricas.

“Observamos um elevado grau de consciência dos executivos de que os indicadores de avaliação de desempenho vão mudar bastante nesta próxima década, uma vez que não serão mais baseados apenas em volume de vendas em unidades. Outro ponto fundamental apontado no levantamento é a adoção de uma agenda de transição para uma economia de baixo carbono, com atenção aos aspectos sociais e éticos”, resume a sócia-líder do segmento automotivo da KPMG no Brasil, Flávia Spadafora.

Segundo a pesquisa, a motorização diesel continuará dominando o setor de transporte rodoviário de carga e logística brasileiros. Enquanto 67% dos participantes disseram que vão comprar caminhões novos ao longo dos próximos quatro anos, apenas 25% desse total considera adquirir veículos dotados de propulsão alternativa e limpa. As principais motivações apontadas para tal compra são a economia em relação ao preço do diesel e, em menor escala, o benefício de uma operação menos poluente e em consonância com as práticas ESG, de governança socioambiental das organizações.

Maturidade para a agenda ESG

De acordo com o documento, a maioria das empresas reconhece a importância da gestão dos aspectos ambientais, sociais e de governança para o sucesso do negócio. Enquanto menos de 15% das companhias pesquisadas disseram ainda estar no degrau mais iniciante da adoção de princípios de governança socioambiental, o percentual quase triplica (43,5%) na comparação com aquelas que já estão no nível mais alto. Esse índice atinge 41,8% considerando as companhias que estão no grau médio de maturidade em ESG. Em paralelo, quase 80% dos pesquisados concordam total ou parcialmente que a adoção de políticas ESG agrega vantagens competitivas às empresas, tanto sob o olhar dos investidores quanto dos consumidores.