Instituto de Longevidade conversa com Ivanir dos Santos

Sabemi

O Instituto de Longevidade MAG realizou uma entrevista com o babalaô Ivanir dos Santos. Aos 68 anos, Ivanir é pós-doutor em História Comparada pela UFRJ e já lutou – e ainda luta – pelas populações marginalizadas, pelo combate à intolerância religiosa, para denunciar grupos de extermínio, pelas mães de Acari, pela Chacina de Vigário Geral e por tantas outras guerras do povo negro.

Conselheiro estratégico do Centro de Articulações de População Marginalizada (CEAP), Ivanir falou sobre escravidão, racismo e longevidade nas tradições africanas, citando desafios que ainda precisam ser colocados em foco para que se possa tratar da verdadeira longevidade no Brasil. O especialista explicou que, para as tradições africanas e setores da população negra, longevidade tem a ver com prosperidade. “Quanto mais você vive, mais próspero você foi. É uma dádiva divina. E a longevidade, para a cultura africana, é entender que você não é um indivíduo, que você é continuidade”, explica.

Ivanir também falou sobre o quanto as condições de vida e o ambiente, por exemplo, afetam a expectativa de vida das pessoas e levam a uma certa resistência. “Você imagina o que é uma velha, uma idosa, digamos assim, de 70 anos, subir e descer o morro? Eu moro na Mangueira. É subir e descer o morro da Mangueira todo dia, ou para levar o neto na escola, ou para não sei o quê. Então, essas condições de vida e de ambiente têm que ser levadas em consideração. Obviamente, uma pessoa que chegar aos 70 anos nesses lugares vai corresponder a quase 90 do outro lado”, comenta.

É por essa razão que Ivanir acredita que, muitas vezes, a longevidade não pode ser lida só pela questão genética, cronológica. O babalaô também entende que para melhorar a longevidade no país é preciso lutar pela melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro, aprimorando a educação e a saúde pública. Para ele, não existe longevidade sem condições sociais que garantam isso. Para ler a entrevista na íntegra, esse é o link.