Seguro de vida movimenta o mercado em Portugal

Um conjunto de quatro seguradoras que integra o Grupo Fidelidade, a maior organização do gênero de Portugal, reforça o topo do ranking nacional das companhias que operam naquele país, segundo dados divulgados pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), entidade que fiscaliza o setor, e publicado pelo portal ECOseguros. A seguradora enquanto grupo, atingiu 30,5% de participação, apesar de sofrer perda nos prêmios emitidos em 7%.

No ramo Vida, a Tranquilidade/Generali alcançou o segundo lugar. Com a Europ Assistance, atingiu quase 1,2 mil milhões de euros em prêmios emitidos, avanço de 5% em relação a 2021. Sendo uma seguradora mista, explora o ramo Vida e Não Vida. No ano retrasado, algo em torno de 93% dos seus negócios foram resultantes do segmento Não Vida.

Já o Grupo Ageas Portugal possui a maioria concentradas no ramo Vida. A Ocidental Vida – seguradora do grupo – recuou em 25% o volume de prêmios em 2022 e a Ageas Vida caiu em 8%. Para compensar, a Ageas Seguros cresceu 8,5% e a Médis, 7,2%. No conjunto, o Grupo Ageas continua a ser o segundo maior em Portugal com 15,6% de participação no mercado luso.

No ano passado, 25 seguradoras atuaram no ramo Vida com as cinco maiores – Fidelidade, Ocidental Vida, BPI VeP, Santander Totta Vida e Zurich, representando quase 70% do mercado. Nos ramos Não Vida, das 45 seguradoras atuantes no mercado, cinco delas ocupam as cinco primeiras posições – Fidelidade, Tranquilidade/Generali, Ageas Seguros, Allianz e Zurich, que somam 74% de participação.

No total, 61 companhias integram 39 grupos ou seguradoras independentes, com base em indicadores divulgados pela ASF. Em 2022, a Ocidental Seguros fez parte da Ageas Seguros. A PSN e a Lloyd’s já haviam extinto as sucursais em Portugal ainda em 2021.

Avanço do segmento Não Vida

Os chamados Seguros Não Vida em Portugal devem atingir 9,3 mil milhões de euros em 2026, segundo o instituto de pesquisa britânico GlobalData. A indústria seguradora portuguesa deverá crescer nominalmente 7,9% em 2022 (a Associação Portuguesa de Seguradores aponta 6,7% de janeiro a novembro) e 4,6% em 2023. O motivo, de acordo com a GlobalData, se deve à forte adesão aos seguros de acidentes e de saúde – este último deverá registar o maior crescimento de todos os ramos, ou seja, expansão de 12,2% em 2022. Já a APS calcula 11,3% até novembro.

Sutirtha Dutta, analista de Seguros da GlobalData, afirma que “o avanço do segmento de seguros Não Vida em Portugal será impulsionado pelo aumento da procura de seguros privados de saúde e de acidentes de trabalho”. Além disso, Dutta confia que o volume de prêmios de seguro saúde cresça mais de 10% em 2023 devido à inflação que provoca mais pagamentos de indenizações e, como consequência, o valor dos prêmios.

O analista evidencia os ramos Acidentes e Saúde como a maior linha de seguros gerais de Portugal, representando uma participação de 37% dos prêmios totais em 2022. Prevê ainda que o setor registe um crescimento anula de 6,7% entre 2021-2026, suportado pelo envelhecimento da população do país. Ele acrescenta: “A cobertura insuficiente e os períodos de espera mais longos da saúde pública também apoiarão a procura por seguro de saúde privado”.

Sutirtha Dutta observa que o governo português promulgou uma nova lei em janeiro de 2022 (Direito ao Esquecimento), que permite às pessoas curadas de doenças graves receberem cobertura de seguro sem qualquer discriminação ou aumento de prêmios. Segundo Dutta, esta medida apoiará o crescimento na cobertura de seguro saúde. A lei propicia a portadores de determinadas moléstias que não sejam discriminadas no acesso a créditos bancários ou na contratação de seguros, entre outros serviços.