Fábio Lucato*
A era dos carros voadores, que pudemos ver no mundo dos Jetsons, desenho criado na década de 60, ainda está um pouco mais distante da nossa realidade, mas podemos dizer que, com a chegada dos veículos conectados, a tecnologia futurista não deixa em nada a desejar em relação à animação. Também chamados de carros inteligentes, atualmente, estima-se que no Brasil já existam mais de 300 mil deles (segundo dados de duas montadoras em 2021), e grande parte estão saindo de fábrica com conectividade embarcada – o que tem começado a dar sinais de um movimento de massificação.
A proposta para o cliente é de que esses veículos garantam mais segurança, pois podem emitir alertas e criar lembretes de manutenção, entre outras coisas. Para as montadoras, abre a possibilidade de fidelizar o consumidor por meio da utilização e comercialização de outros serviços. Mas, e para as assistências 24h? O que muda no mercado das empresas que são acionadas em momentos de pane elétrica, mecânica, sinistro ou simplesmente quando fura um pneu?
A expectativa é que, por meio de equipamentos conectados ao veículo, o condutor passe a fazer o monitoramento de diversos componentes e de seu desgaste em tempo real. Quanto mais conectado for o veículo, maior a chance de identificação de problemas. Nos casos de incidentes, em que o cliente precise acionar a assistência, por meio de dados de geolocalização, o prestador poderá encontrar mais facilmente o local exato onde o serviço está sendo solicitado. Já em acidentes graves, por meio da tecnologia embutida no próprio carro, podem ser acionados automaticamente os serviços de emergência, como ambulância e bombeiros.
Mas engana-se quem pensa que esta conectividade é nova. Na Allianz Partners Brasil, fomos pioneiros neste tipo de atendimento, que se iniciou há praticamente 10 anos. Com recursos ainda em fase de experimentação, atendemos à primeira montadora a ofertar conectividade no Brasil e, de lá para cá, temos inserido outras marcas no portfólio.
Ainda é preciso evoluir muito em relação à segurança de dados para que esta tecnologia avance. Informações sobre trajetos e hábitos de direção do condutor, por exemplo, só podem ser acessadas pelas empresas caso haja permissão do cliente, mas o risco de ter os dados vazados ainda causa insegurança. Mesmo assim, o mundo dos carros conectados é uma estrada sem volta, em que as empresas de assistência devem estar prontas para embarcar junto com seus clientes.
*Fábio Lucato é diretor comercial da Allianz Partners Brasil