A alta produtividade do agronegócio brasileiro, um dos propulsores da economia, tem sido responsável por parcela significativa das exportações e bons saldos na balança comercial. O Sistema de Consórcios, item importante no planejamento agrícola e pecuário, esteve presente na conquista desses resultados. Ao gerar lucratividade e reduzir despesas, os consórcios de tratores, máquinas e implementos agrícolas vêm, ano após ano, crescendo no meio produtivo e proporcionando avanços constantes em toda a cadeia do agronegócio.
Nos últimos quatro anos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio tem participado, em média, com 25,1% do PIB do país. Em 2019 a participação foi de 21,4%, passando pelos 26,6% e 27,4% de 2020 e 2021, respectivamente, atingiu 24,8% em 2022, com perspectivas de 10% de crescimento para este ano, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA Esalq /USP.
Recente levantamento finalizado pela assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, junto às administradoras associadas que atuam no segmento de Veículos Pesados, no qual está incluído um terço de consorciados que objetivam a aquisição de tratores, máquinas e implementos para o setor agropecuário, revelou avanço no número dos participantes quando comparado aos últimos cinco anos.
Ao analisar os meses de março de 2019 a 2023, observou-se desempenho crescente dos participantes ativos. Em 2019 havia 105,00 mil participantes. Cinco anos depois, em 2023, atingiram 224,64 mil, anotando progresso de 113,9%, no período. Crescendo ao lado do agronegócio, a modalidade registrou evolução de 350,4%% nas adesões mensais, saltando de 2,58 mil, em março de 2019, para 11,62 mil, no mesmo mês deste ano, evidenciando forte procura do setor. Atualmente, o maior número de adesões localiza-se nas regiões Sudeste e Sul com 52,8%, sendo 29,2% no Sudeste e 23,6% no Sul. Na sequência ficaram o Centro-Oeste, com 19,8%; o Nordeste, com 16,0%; e o Norte, com 11,4%.
Para aqueles que puderam utilizar os créditos originários das contemplações ocorridas de 2019 até 2023, foram potencialmente injetados R$ 11,76 bilhões no mercado do agronegócio. Foram R$ 1,82 bilhão de reais, em 2019, chegando a R$ 3,06 bilhões, em 2022, com alta de 68,1%. Somente no primeiro trimestre deste ano, o volume alcançou R$ 874,73 milhões. O total de consorciados contemplados saltou de 1,00 mil, em março de 2019, para 2,12 mil contemplações, naquele mesmo mês em 2023, registrando avanço de 112,0%.
No final do primeiro trimestre deste ano, o maior volume acumulado de consorciados contemplados esteve na região Sudeste, com 27,2%. Depois vieram o Sul, com 26,9%; o Centro-Oeste, com 21,5%; o Nordeste, com 17,6%; e o Norte, com 6,8%. Aliados na modernização e ampliação de equipamentos ou de instalações, 70,8% dos participantes contemplados no consórcio de máquinas optaram por equipamentos novos e 29,2% pelos seminovos. Os bens mais escolhidos foram tratores, com 67,3%; colheitadeiras, com 4,7%; semeadoras e preparadoras, com 3,0%; e outros, com 25,0%.
Os créditos mais praticados estiveram entre R$ 10,00 mil e R$ 1,00 milhão, com média de R$ 366,36 mil. A taxa mensal média de administração ficou em 0,142%, considerando 100 meses de prazo médio de duração dos grupos. Os índices de correção utilizados nos contratos foram a tabela do fabricante, com 44,4%, e o IPCA, com 55,6%.