O primeiro semestre de 2023 foi de grande arrecadação para o setor de seguros no Brasil. Em dados disponibilizados pela Superintendência de Seguros Privados, a Susep, o faturamento de mais de R$ 180 bilhões representa um crescimento de quase 8%, em relação ao mesmo período do ano anterior. A Susep é o órgão responsável pela fiscalização e pelo controle dessa atividade. Os ramos de seguro cibernético e seguro de vida obtiveram um salto grande em adesão, com 27% e 11%, respectivamente. No entanto, um problema veio a reboque a essa crescente no mercado de seguros: as fraudes. Capaz de impor prejuízos milionários, a fraude é um crime previsto no Código Penal Brasileiro, no artigo 171, cuja pena é de reclusão de um a cinco anos.
Segundo relatório da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), somente as fraudes comprovadas deram um prejuízo de quase R$ 825 milhões. Em toda a América Latina, o resultado das fraudes é um prejuízo de US$ 50 bilhões, sendo a Argentina o país com o maior número de golpes, presente em cerca de 45% dos contratos.
A Federação Interamericana de Empresas e Seguros (Fides), aponta que cerca de 15% das contratações de seguros feitas no Brasil apresentam alguma irregularidade, levantando suspeitas. Informações falsas, documentações incompletas, contas de e-mails muito recentes, declarações de valor fraudulentas, entre outros dados incorretos, são os principais indicadores de que se trata de tentativa de fraude.
O contratante de um seguro também não está a salvo de cair em um golpe. Para o superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, em depoimento à InfoMoney, “[…] antes da contratação de qualquer produto de seguro, a Susep orienta que seja realizada uma pesquisa sobre a empresa para certificar que ela é autorizada a operar”.
As empresas, contudo, também se preparam para detectar com antecedência as tentativas de fraudes. E, para isso, contam com a tecnologia, como machine learning e algoritmos. Desta forma, é possível verificar informações com muito mais precisão e também de forma mais rápida, analisar riscos e até mesmo identificar padrões suspeitos. O corretor também tem papel fundamental nessa análise, principalmente a realizada previamente.
A ética ainda segue sendo fundamental para o setor de seguros, tanto pelo lado dos corretores quanto dos segurados, bem como é em qualquer transação, como, por exemplo, ao comprar produtos no marketplace. Embora a tecnologia forneça meios para que as transações sejam cada vez mais seguras, é preciso olho vivo e pesquisa. (Foto: iStock)