Quais são as coberturas mais comuns e as principais diferenças para o serviço de um carro sem o sistema de proteção

A procura por automóveis blindados tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), em 2023, foram blindados 29.296 veículos no Brasil, representando um aumento de 13% em relação a 2022, com 25.916 carros.

O estado de São Paulo concentrou a maior parte dessas blindagens, com mais de 23 mil veículos, correspondendo a quase 85% do total. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar, com 1.852 veículos blindados, representando 6,6% do mercado. ​Como consequência, o mercado de seguros também precisou se adaptar a essa demanda, oferecendo apólices específicas para veículos com proteção balística.

Embora compartilhe algumas semelhanças com o seguro tradicional, o de carro blindado possui particularidades que envolvem custos, documentação e análise de riscos diferenciada.

Coberturas e exigências específicas

Em termos gerais, o seguro de um automóvel com essa proteção pode incluir as mesmas coberturas básicas de um veículo comum, como colisão, roubo, furto, danos a terceiros, assistência 24 horas e proteção contra fenômenos naturais. No entanto, há um componente adicional: o valor da blindagem.

Esse fator é incorporado ao cálculo do prêmio e influencia diretamente o valor final da apólice. Por isso, o seguro para veículos blindados costuma ser, em média, mais caro do que as coberturas sem esse tipo de tecnologia.

A maioria dos carros blindados segurados costuma incluir também a cobertura para vidros com proteção. Contudo, ela não faz parte do pacote básico e é considerada uma garantia adicional.

Além disso, para que o seguro seja contratado, as seguradoras exigem a apresentação de documentação que comprove a legalidade do sistema de proteção. A blindagem deve ter sido feita por uma empresa autorizada pelo Exército Brasileiro e registrada no Departamento de Polícia Federal. Caso contrário, o veículo não será considerado apto à cobertura da seguradora, inviabilizando a aceitação.

Fatores que influenciam o custo do seguro

O custo do seguro de um carro blindado não depende apenas do valor do automóvel e da blindagem, mas também de outros fatores comuns ao mercado. A localidade de circulação, o perfil do condutor, a frequência de uso do veículo e o histórico de sinistros são elementos levados em conta na avaliação de risco.

Ademais, no caso específico dos blindados, a manutenção do sistema à prova de balas e o tempo de uso do material balístico também entram na equação. Modelos com proteções mais antigas podem apresentar custos maiores ou restrições de cobertura, devido ao desgaste natural dos materiais.

Outro ponto relevante é que nem todas as seguradoras aceitam veículos blindados em suas carteiras. Algumas impõem critérios mais rígidos para esse tipo de seguro, como vistoria prévia obrigatória e limite de idade do automóvel. Isso faz com que o processo de cotação e contratação possa ser mais demorado em comparação ao tradicional.

Regularização e manutenção

Então, como citado anteriormente, a regularização da blindagem de veículos é uma obrigação exigida por lei. A legislação brasileira determina que qualquer modificação na estrutura original do veículo, como é o caso da proteção, deve ser comunicada e registrada nos órgãos competentes.

O Certificado de Registro do Exército (CR), o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) com anotação da blindagem e a autorização da Polícia Federal são documentos essenciais no processo de contratação do seguro.

Além da documentação, a manutenção periódica do sistema é fundamental. Itens como vidros balísticos, portas e colunas devem ser avaliados regularmente para garantir a integridade do material protetivo. Algumas seguradoras, inclusive, podem solicitar laudos técnicos recentes como parte da avaliação do risco.