A pesquisa de Projeção de Vendas realizada pelo IBEVAR em parceria com a FIA Business School apresenta uma análise detalhada sobre as expectativas para o varejo brasileiro para o período de maio a julho de 2025

Sabemi

Utilizando dados de séries temporais da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE e do IPEADATA, com recorte temporal desde agosto de 2015, o estudo oferece projeções para diversos segmentos do mercado varejista, utilizando séries reais não dessazonalizadas (base 2022 = 100).  

Como afirma Claudio Felisoni, Presidente do IBEVAR e Professor da FIA Business School: “para o varejo restrito, que engloba oito segmentos principais (desde combustíveis e alimentos até artigos de uso pessoal), projeta-se para maio de 2025 um aumento de 4,91% em relação ao mês anterior, porém com queda de 2,58% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O acumulado do ano apresenta leve recuo de 0,10%, enquanto o acumulado de 12 meses mostra crescimento de 2,06%. Já para o varejo ampliado, que inclui também veículos e materiais de construção, prevê-se um crescimento mensal mais expressivo em maio (5,22%), com retração menor na comparação anual (-1,22%) e acumulado do ano positivo em 0,45%”.  

Entre os segmentos específicos analisados, destacam-se comportamentos bastante distintos. O setor de móveis e eletrodomésticos projeta crescimento significativo de 14,32% em maio (na comparação com abril), com variação anual positiva de 3,67% e acumulado de 12 meses em 5,01%. O segmento de tecidos, vestuário e calçados também apresenta desempenho notável, com crescimento de 25,61% em maio na comparação mensal. Em contraste, o setor de livros, jornais, revistas e papelaria enfrenta cenário desafiador, com queda de 22,25% na comparação mensal e recuo de 14,89% frente ao mesmo mês do ano anterior.  

Os números revelam tendências preocupantes em segmentos como combustíveis e lubrificantes, com projeções negativas tanto na comparação mensal (-3,73%) quanto anual (-6,60%), e outros artigos de uso pessoal e doméstico, que apesar do crescimento mensal de 4,72%, apresenta forte queda na comparação anual (-24,94%) e acumulado do ano (-16,62%). O setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação também mostra fragilidade, com queda de 14,83% na comparação mensal e recuo de 9,13% frente ao mesmo período do ano anterior.  

O segmento que demonstra maior resiliência é o de materiais de construção, com projeções positivas tanto para o crescimento mensal (7,07%) quanto para a comparação anual (4,89%), apresentando o melhor desempenho no acumulado do ano (5,28%) e de 12 meses (6,25%). Os supermercados e hipermercados mostram estabilidade, com ligeiro crescimento mensal de 0,11% em maio e recuo de apenas 1,35% na comparação anual, mantendo acumulado do ano positivo em 1,19%. Estes dados sugerem um cenário de crescimento moderado em alguns setores importantes, enquanto outros enfrentam dificuldades significativas, refletindo a heterogeneidade nos movimentos do varejo brasileiro para 2025.