Em um mercado cada vez mais dinâmico e pressionado por prazos curtos, operar com processos manuais na logística deixou de ser uma ineficiência tolerável e passou a ser uma ameaça real ao negócio

MAPFRE

Segundo a McKinsey, empresas que digitalizam suas cadeias de suprimentos podem reduzir custos operacionais em até 30% e aumentar a eficiência em 20%. No Brasil, no entanto, 69% das indústrias ainda estão em estágio inicial de digitalização, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse dado revela mais do que atraso tecnológico: escancara uma mentalidade ainda resistente à mudança, em um setor que exige decisões em tempo real, integração sistêmica e agilidade na resposta ao cliente.

Boa parte dessa resistência está enraizada em uma cultura operacional que enxerga a transformação digital como um custo, não como estratégia. O problema não é apenas falta de tecnologia, mas a desconexão entre as ferramentas disponíveis e a estrutura de gestão das empresas. Muitos líderes ainda confiam em modelos presenciais, processos manuais e fluxos fragmentados, acreditando ter maior controle. Mas o efeito é justamente o oposto: perda de visibilidade, aumento do retrabalho, maior dependência de equipes e impossibilidade de escalar com eficiência. Em vez de entregar valor ao cliente com rapidez e precisão, essas empresas acumulam gargalos operacionais, custos invisíveis e riscos crescentes de falhas logísticas. A digitalização, nesse cenário, não é só uma modernização. É uma redefinição do modelo de negócios.

A saída exige mais do que investir em sistemas. É preciso integrar o digital à espinha dorsal da operação, com foco em agilidade, dados em tempo real e atendimento remoto resolutivo. Isso significa adotar plataformas de suporte técnico assistido por vídeo, centralizar conteúdos operacionais para capacitação sob demanda, automatizar etapas repetitivas e transformar a experiência do cliente em um processo contínuo de eficiência. A tecnologia não anula o fator humano, ela libera o potencial da equipe para atuar de forma mais estratégica. Quando dados, processos e pessoas estão conectados, a logística se torna não apenas eficiente, mas escalável e previsível. E no atual ritmo do mercado, previsibilidade é um diferencial competitivo que separa quem cresce de quem paralisa.

Foto e texto: Junior Orbolato, diretor comercial com ampla experiência no setor de movimentação de cargas e equipamentos industriais.