As enchentes no Rio Grande do Sul, já consideradas o pior desastre climático da história do país, causaram prejuízos estimados em R$ 8,5 bilhões apenas na agricultura e pecuária, afetando mais de 90% do estado, segundo a Confederação Nacional dos Municípios. No mesmo período, a seca severa de 2024 levou rios amazônicos a níveis críticos e aumentou em 980% os focos de incêndio no Pantanal, impactando mais de 745 mil pessoas até setembro, conforme dados do INPE, Inmet e Globo Rural. Esses eventos extremos evidenciam a urgência de soluções práticas e escaláveis, especialmente diante da COP 30, que será realizada em Belém (PA) em 2025.
Segundo Daniel Miqueluti, Head de Novos Mercados e Cofounder da Picsel, o seguro paramétrico surge como uma solução eficiente. Diferente dos seguros tradicionais, ele se baseia em índices climáticos e realiza pagamentos automáticos ao atingir determinados limites, sem burocracia ou necessidade de comprovação de perdas. “Isso permite que produtores e comunidades recebam recursos quase em tempo real, reagindo rapidamente para evitar perdas maiores”, explica. Miqueluti ressalta que o sucesso do seguro depende de indicadores precisos e alinhados à realidade local. “É essencial entender a cultura agrícola, contar com dados confiáveis e calibrar os parâmetros para que o índice reflita a experiência do produtor no campo. Assim, a adesão cresce e a solução se torna sustentável.”
Com o aumento das temperaturas e ondas de calor, a COP 30 representa uma chance para o Brasil liderar a adaptação climática. “Apresentar ferramentas como o seguro paramétrico mostra que o país está desenvolvendo soluções próprias, conectando tecnologia, financiamento climático e proteção social. Se unirmos inovação e impacto, podemos inspirar ações efetivas globalmente”, conclui.