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A história do seguro de vida no Brasil
No território brasileiro, historicamente, o seguro de vida surgiu no século XIX. Inicialmente proibido em 1850 por fatores históricos ligados a esse período, foi regulamentado em 1862 com uma nova interpretação jurídica. Isso levou à fundação da Companhia de Seguros Tranquilidade, no Rio de Janeiro — a primeira a comercializar apólices no país.
Com o tempo, seguradoras estrangeiras iniciaram operações no território nacional e expandiram o setor. Em 1939, foi criado o Instituto de Resseguro do Brasil (IRB) e em 1966, o Decreto Lei n.º 73, instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), órgãos que consolidam o setor.
No transcorrer do tempo, ocorreram muitas mudanças no setor ligadas a questões econômicas, políticas, sociais e culturais. No entanto, nas últimas décadas, os avanços tecnológicos transformaram uma série de setores da sociedade, e com o mercado de seguros, não foi diferente.
Panorama do seguro de vida no Brasil
O seguro de vida é do que um contrato pelo qual a seguradora paga um determinado valor aos seus beneficiários em caso de falecimento do segurado ou, em algumas modalidades, em situações de invalidez ou incapacidade produtiva.
Esse tipo de aporte oferece proteção financeira, garantindo planejamento do futuro e cobertura de despesas inesperadas. Em 2024, conforme dados da SUSEP, o seguro de vida cresceu 15,2% em comparação com o primeiro trimestre de 2023, refletindo o aumento da conscientização sobre sua importância.
Apesar do crescimento, somente 17% da população adulta brasileira possui algum tipo de seguro de vida. No entanto, nas modalidades coletivas, geralmente oferecida por empresas, a adesão é de 58%. Esse dado mostra que ainda há grande potencial de crescimento no setor.
Qual o impacto da tecnologia no seguro de vida?
Com o avanço tecnológico dos últimos anos, a modalidade de seguro de vida acabou ganhando novos formatos e abrangências. Graças à Inteligência Artificial (IA), à automação de processos e à análise de dados, as seguradoras conseguem oferecer produtos mais personalizados, adaptados às necessidades de cada pessoa.
Essas inovações geram agilidade tanto no atendimento quanto no suporte ao longo do tempo — especialmente para as novas gerações, acostumadas a resolver tudo online. O seguro de vida, portanto, vai além da proteção financeira, assumindo também um papel de gestão preventiva da saúde.
Medicina genômica e o futuro do seguro de vida
Um dos avanços mais promissores é a medicina genômica. Graças aos avanços no campo da genética nas últimas décadas, a análise do sequenciamento de DNA permite identificar predisposições a doenças e antecipar tratamentos mais eficazes
Um exemplo recente é a parceria entre a Insurtech Insights, a seguradora norte-americana Nationwide e a Kadance, que lançaram um programa de gestão de saúde baseado em DNA. Os segurados podem realizar testes genéticos para auxiliar na escolha de medicamentos, identificar riscos hereditários de câncer e receber acompanhamento especializado.
Esse tipo de iniciativa amplia a relevância do seguro de vida, que passa a unir proteção financeira de longo prazo com benefícios concretos para a saúde e a qualidade de vida.
Seguro de vida como ferramenta de proteção e bem-estar
O setor caminha para um novo patamar de desenvolvimento e atendimento, sobretudo na abrangência das necessidades individuais. Isso se dá, principalmente, devido ao avanço tecnológico em vários setores que integram a vida da população.
O seguro de vida deixa de ser apenas uma salvaguarda para situações imprevistas e passa a se configurar como uma ferramenta dinâmica de gestão da saúde e do patrimônio. No futuro próximo, a tendência é de consolidação desse modelo, com soluções ainda mais inovadoras e integradas às necessidades individuais de cada segurado.