Marcelo Biasoli, CEO da 123Seguro
Seguros digitais ampliam acesso e podem movimentar até R$ 9 bi em créditos de carbono com agenda ESG
Agenda sustentável ganha força no setor segurador, impulsionando inclusão, economia circular e governança corporativa
A agenda ESG vem conquistando protagonismo no setor de seguros, ampliando seu papel além da mitigação de riscos. Segundo levantamento da Tendências Consultoria, no Brasil, 49,9% da população ainda se encontra nas classes D e E, enquanto a classe C responde por 31%. Isso significa que mais de 80% dos brasileiros vivem em faixas de renda mais baixas, justamente onde a proteção financeira é mais necessária. Garantir que esses grupos tenham acesso a seguros, por meio de opções digitais e inclusivas, vai muito além de uma inovação de mercado: é um passo em direção à cidadania, à segurança financeira e contribuir para uma economia circular.
Nesse contexto, os seguros ganham força ao apoiar práticas sustentáveis, reduzindo desperdícios e incentivando o reaproveitamento de recursos. Apólices para equipamentos, logística reversa ou até mesmo proteção de ativos ambientais se consolidam como instrumentos de incentivo à sustentabilidade. Da mesma forma, o avanço da agenda regulatória pressiona o setor a alinhar suas operações às metas ESG: a Circular 666/2022 da Susep, por exemplo, exige que seguradoras publiquem políticas de sustentabilidade, e a autarquia estima que entre R$ 7 e R$ 9 bilhões terão de ser destinados a créditos de carbono por meio das provisões técnicas.
É nesse contexto que Marcelo Biasoli, CEO da 123Seguro no Brasil, insurtech referência em inovação digital, reforça o papel social do setor. “Quando falamos de ESG, não estamos tratando de um jargão corporativo, mas de impacto real na vida das pessoas. O seguro tem um papel social que vai muito além da apólice: é uma ferramenta de inclusão, que oferece segurança financeira a quem mais precisa. Com a digitalização, conseguimos levar esse benefício às classes que antes estavam fora do radar do setor”.
Além de impulsionar a resiliência diante de riscos e apoiar a transição energética, as soluções de proteção também fortalecem a governança corporativa. “O seguro é, por natureza, um mecanismo de gestão de risco. Quando incorporamos essa lógica ao ESG, vemos que o setor pode financiar a transição energética, incentivar práticas sustentáveis e fortalecer a governança das empresas. É um movimento que beneficia tanto os segurados quanto a sociedade”, completa Biasoli.
Outro fator de transformação está nos canais digitais e marketplaces, que surgem como meios para ampliar o alcance dos seguros. No Brasil, onde grande parte da população está nas classes C/D, habilitadas agora ao consumo digital, plataformas online oferecem caminhos mais simples e acessíveis para contratar proteção. A economia de plataformas amplia a capilaridade da proteção, tornando possível contratar seguros integrados a jornadas digitais de consumo.
A 123Seguro vem atuando como ponte neste movimento, conectando segurados a seguros via app, site e marketplaces, com oferta contextual e personalizada. “Em um momento em que inclusão econômica e transição ESG ganham força, o seguro tem função social clara: garantir que pessoas que antes estavam fora do radar financeiro também tenham acesso à proteção. Por isso, trabalhar com canais digitais não é só estratégico, é necessário. O caminho está em oferecer soluções que entreguem segurança com autonomia, especialmente para quem mais precisa”, conclui o executivo.