Sem horizonte que indique mudança no quadro da segurança, o melhor que o cidadão tem a fazer é contratar um seguro para proteger seu patrimônio
Nos últimos dias foram publicadas estatísticas bastante ruins sobre o aumento de furtos e roubos de determinados bens, como veículos, bicicletas e celulares. As matérias sobre o assunto pautaram os jornais, revistas e noticiários de TV, a maioria com foco no que tem acontecido em São Paulo.
Vale destacar que, se São Paulo é a campeã em números absolutos, quando relativizados, os eventos na capital paulista perdem para outras cidades com população menor, mas com maior incidência de crimes.
Esta discussão é pertinente para mostrar a eficiência dos aparatos de segurança e das medidas que vão sendo tomadas pelos diferentes estados para coibir a ação criminosa em seus territórios. Mas, para efeito da tranquilidade da população, ela é inócua. Nenhum brasileiro em sã consciência se sente seguro, seja lá onde for, no imenso território nacional. Nem mesmo os tripulantes das embarcações de recreio que cruzam pela nossa costa estão tranquilos a bordo. Que o diga um primo, vítima de assalto de seu barco no Canal da Bertioga e, depois, na Baía de Todos os Santos.
Como não há nada no horizonte que indique mudança no quadro, tanto nas cidades, no mar ou no campo, onde máquinas e equipamentos agrícolas são furtados ou roubados sem dificuldades, o melhor que o cidadão pode fazer é contratar seguros. As seguradoras e os corretores brasileiros conhecem bem o assunto e sabem o tamanho da tragédia que assola o País, sem que ninguém faça nada mais concreto do que o que vem sendo feito em São Paulo.
Mesmo tendo uma das polícias mais eficientes do Brasil, a cidade de São Paulo é palco do roubo ou furto de um carro a cada seis minutos, de 22 celulares por hora e de dezenas de bicicletas todos os meses. Vale salientar que o roubo ou furto de bicicletas está crescendo em patamares assustadores para os ciclistas. A razão para isso não é difícil de ser entendida: com a disseminação do uso das bicicletas, além do expressivo aumento de seu número pelas ruas, elas estão ficando cada vez mais sofisticadas, com algumas custando o preço de um automóvel médio. E são fáceis de serem furtadas ou roubadas. Principalmente de ciclistas solitários que se aventuram por ruas, avenidas, ciclofaixas ou ciclovias menos movimentadas.
Os celulares são um caso à parte. O roubo ou o furto compensam e são cada vez mais fáceis de serem praticados. Boa parte da culpa é dos usuários, que não prestam atenção ao que acontece em volta, nem se preocupam em tomar qualquer medida de segurança ou ao menos usar o aparelho de forma discreta, até quando circulam por zonas sujeitas a este tipo de ação.
As pessoas seguem pela rua falando, digitando mensagens, jogando ou acessando a internet como se estivessem na sala de visita de suas casas. E a mesma falta de atenção pode ser vista nos carros, apesar da proibição do uso de celular quando se estiver dirigindo.
Os ladrões se valem de motos, bicicletas ou da grande concentração de pessoas para cometerem seus crimes e fugirem rapidamente, ajudados pelo trânsito parado ou pela quantidade de gente que segue pelas calçadas.
Além disso, a maldade gratuita tem aumentado o número de vítimas feridas ou mortas nos assaltos. Até quem não reage corre o risco de ser baleado por um ladrão que está com vontade de matar alguém naquele dia. É brutal, mas é assim que as coisas são. E na base da violência está a certeza da quase impunidade, independentemente do tipo de crime. Menos de 10% dos homicidas brasileiros estão na cadeia, ou porque os crimes não são investigados, ou porque os criminosos não são presos, ou porque as progressões de pena fazem com que raramente alguém fique mais que uns poucos anos atrás das grades.
Neste cenário de filme de terror, a melhor coisa que uma pessoa pode fazer é contratar seguros para proteger seu patrimônio e – por que não? – a própria vida. A certeza de ter o bem roubado reposto é um forte argumento para não reagir. Pense nisso e contrate seus seguros.
Fonte: Antonio Penteado Mendonça, O Estado de São Paulo