Em junho, o site The Intercept Brasil iniciou uma série de publicações de conversas entre Deltan Dallagnol, chefe da Operação Lava Jato, e Sergio Moro, Ministro da Justiça e da Segurança Pública. O conteúdo que mostra a estreita relação de Moro com o MP mexeu com o ambiente do governo Bolsonaro. No exterior, a população de Porto Rico pede o impeachment do governador Ricardo Rosselló após a divulgação de seus diálogos, que soaram como preconceituosos e intolerantes.
Embora os exemplos sejam de interesse público, o alerta de ataque hacker volta à tona. Os ocorridos mostraram a vulnerabilidade dos aplicativos. Muitos deles, inclusive, solicitam a permissão do usuário para acessar ferramentas internas do smartphone. O argumento usado é de disponibilizar todas as funcionalidades do app para melhorar a experiência do cliente.
Mesmo que as atividades de mitigar os ataques sejam terceirizadas às empresas, pessoas físicas também são responsáveis em limitar as ações dos criminosos. Anderson Ramos, CEO da Flipside, principal fornecedora de treinamentos de conscientização de cibersegurança, dá dicas aos usuários. Segundo o executivo, em caso de ataques direcionados a aplicativos de mensagem, o mais importante é ativar o segundo fator de autenticação. “No Whatsapp é um PIN de seis dígitos numéricos. Já no Telegram, uma senha. No caso de roubo e furto do aparelho é importante ativar o PIN do SIM Card da operadora”, explica.
O FaceApp virou febre nos últimos dias pela sua função de envelhecer rostos. Entretanto, ao mesmo tempo da fama, os boatos negativos tornaram-se populares. Após um usuário norte-americano se queixar, via Twitter, de que as imagens da sua galeria foram roubadas pela empresa, o aplicativo virou centro de investigação de especialistas. A crise foi remediada pela ausência de provas, mas as brechas identificadas nos termos de uso do app foram expostas.
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“Apesar de os termos de uso do FaceApp eximam a empresa de quase toda responsabilidade, as condições de uso não são muito diferentes da esmagadora maioria dos serviços online”, observa Ramos. A rápida expansão do aplicativo é preocupante, segundo o executivo. “Isso mostra que como para maioria das pessoas a prevenção está em segundo plano”, lamenta.
Ao mesmo passo da tecnologia, os hackers se especializaram e personificaram os ataques. De acordo com o relatório de 2018 da Norton Security Report, entre 16 mil pessoas, 46% delas sofreram algum tipo de dano causado por invasão criminosa. 71% delas acreditam que talvez foram vítimas de algum crime nas redes durante o ano passado.
As invasões deixaram os mais avisados de cabelo em pé. O especialista em riscos cibernéticos da AIG Seguros, Victor Perego, diz que “o usuário deve ter senso crítico ao utilizar os aplicativos à disposição”. As ferramentas, segundo ele, aparentemente são inofensivas, mas, ao mesmo tempo, demandam acesso aos dados pessoais dos usuários.
De acordo com Perego, todos os usuários de aplicativos devem estar cientes sobre quais informações são exigidas. “Também é importante adotar medidas de segurança. Atualizar senhas, não usar rede pública desconhecida e evitar permissão de livre acesso de aplicativos aos dados pessoais”, pondera. O especialista, contudo, recomenda que as pessoas se informem antes de usar o serviço. “Muitos aplicativos solicitam acesso a informações desnecessárias para seu funcionamento”.