O 1º Summit de Mobilidade da HDI Seguros, realizado nesta quarta-feira (23), na Distrito Fintech, discutiu o papel de empresas, poder público e cidadãos na transição para uma mobilidade mais humana.
O conceito se baseia em dois pilares: experimentação de novas alternativas de transporte e foco na proteção das pessoas que se movem por meio deles. Para Ana Luiza Dal Pian, Gerente de Produtos da HDI Seguros, uma questão fundamental no processo é se desapegar de conceitos antigos. “Como quebrar a barreira de que a bicicleta, por exemplo, pode sim ser um modal que leva as pessoas a qualquer lugar com eficiência e conforto?”, perguntou a executiva, que foi mediadora dos dois debates do evento.
“É preciso experimentar”, opinou Ricardo Del Claro, CEO da Santuu. “Os novos modais levaram milhares de pessoas para a rua, influenciando até na relação delas com o espaço urbano”, avaliou o executivo. Já Márcio Bern, CEO da VAH, identifica uma mudança de comportamento como o motor dessa mudança. “As pessoas têm começado a perceber que há formas mais econômicas e saudáveis de mobilidade, de que é possível viver sem o carro”, frisou.
O fundador e CEO da Bikxi, Danilo Lamy, acrescentou que a relevância da bicicleta como um modal ativo é recente, e que a harmonia em um trânsito que as privilegia depende de uma relação baseada no respeito. “As cidades foram desenhadas em torno do carro, mas é preciso ter também atenção ao pedestre, inclusive cadeirantes”, lembrou, ponderando que atingir a maturidade suficiente para isso exige uma mudança cultural, que leva tempo.
Tecnologia como grande aliada
Outro ponto fundamental na consolidação desse novo contexto de mobilidade é a tecnologia que dá suporte à prestação dos serviços de transporte. No painel que debateu o futuro da mobilidade, Thiago Mendonça, CEO da Turbi, enfatizou a importância de as soluções estarem disponíveis o tempo todo para fomentar essa mudança de comportamento de consumo. “A palavra é confiança: o usuário precisa ter a certeza de que será atendido quando for preciso”, defendeu.
Na mesma linha de raciocínio, Ricardo Cabral, CEO da Riba Share, destacou a estruturação operacional como ponto-chave. No modelo de negócio da startup, que distribui modais elétricos pela cidade, estar preparado para gerenciar crises de disponibilidade do serviço e monitorar a situação em escala 24/7 é básico para consolidar-se como uma opção junto ao público.
Por sua vez, o Diretor LATAM da Waze Carpool, Douglas Tokuno, comentou que a tecnologia oferece às pessoas a possibilidade de criar comunidades, que acabam transcendendo a própria plataforma, mantendo o serviço sempre ativo independente dela. “Os usuários criam grupos próprios a partir do relacionamento que criam pelas caronas trocadas. Em casos de bug, continuam usando seus carros de forma otimizada, ou seja, já internalizaram o conceito”, comentou.