Algumas transportadoras se recusam a trabalhar com cargas muito valiosas, para minimizar os riscos
O índice de roubo e furto de cargas no Estado de São Paulo no mês de agosto cresceu 60% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Econômico Tracker-Fecap, elaborado pelo Grupo Tracker – maior empresa de rastreamento e localização de veículos do Brasil com cerca de 350 mil clientes – e a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) – referência na área de Gestão de Negócios.
“A variação percentual do número de ocorrências de cargas roubas em comparação com o mesmo mês do ano anterior (agosto) evidencia o crescimento surpreendente para os meses de junho 34%, julho 36% e agosto 60%. O que torna o roubo de carga um crime preocupante”, afirma o afirma Frederico Lanzoni, do setor de Inteligência Competitiva do Grupo Tracker.
Os mesmos dados, analisados pelo método de valores acumulados dos últimos doze meses e corrigidas as possíveis flutuações sazonais, mostram um crescimento contínuo a partir de junho de 2016, sendo que agosto de 2016 registrou um crescimento recorde de 3,95%.
Segundo o Diretor Nacional de Operações do Grupo Tracker, Carlos Alberto Betancur Ruiz, a situação é tão preocupante que o delegado titular do GOE (Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil) de São Paulo pediu apoio de informação ao Grupo Tracker – com todo seu know-how em rastreamento, monitoramento e recuperação de veículos e cargas –, onde durante operações de localização de cargas em curso seja acionado o Grupo Pró-Carga da Polícia Civil.
As transportadoras estão denominando as cargas dependendo do valor segurado e frequência de roubo. São catalogadas como CARGA OURO (valor transportado acima de R$ 700.000,00), PRATA (R$ 400.000,00) e BRONZE (valores entre R$ 100.000,00 e R$ 200.000,00). “Algumas transportadoras estão aumentando os valores de seus fretes ou recusando levar as cargas OURO, uma vez que os veículos roubados junto com as mercadorias aparecem alguns dias depois em regiões muito afastados totalmente saqueados, sem rodas, sem pneus e com o painel de instrumentos destruídos, gerando uma enorme perda de tempo e manutenção para a transportadora”, relata o executivo.