Foi preciso um dia a menos para que a arrecadação chegasse a esse montante em comparação com 2019
A velocidade da arrecadação cresceu nesse início de 2020. O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostra que por volta de 1h40min desta sexta-feira (24), os brasileiros terão desembolsado R$ 200 bilhões, valor pago aos governos na forma de tributos.
No ano passado, para recolher esse mesmo montante, foi necessário um dia a mais. O aumento na arrecadação, já sinalizado nestes primeiros dias do ano, não é necessariamente uma má notícia. É o que explica Emílio Alfieri, economista da ACSP. “O aumento na arrecadação dos impostos é algo natural se estiver relacionado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Então, como o governo não está mudando as alíquotas, é possível ver com bons olhos essa variação positiva dos primeiros dias de 2020”, afirma o especialista.
Segundo o economista, o estímulo ao crédito para pessoas físicas é um dos fatores que têm ajudado no crescimento econômico do país, o que afeta positivamente a receita com impostos arrecadados pelo governo. “A redução na taxa básica de juros e a política do governo de estimulo para tomada de crédito para pessoas físicas têm ajudado a aumentar essa arrecadação, sem que seja preciso aumentar as alíquotas”, diz Alfieri.
O analista alerta, no entanto, que o governo federal precisa “conter os ânimos” com relação a sinalização de aumento da arrecadação via tributos. Embora engordar os caixas do governo seja importante para a redução do déficit primário, que deverá ser de R$ 110 bilhões em 2020 segundo projeção do Ministério da Economia, há caminhos alternativos para esse fim, como, por exemplo, a redução dos gastos. “O governo não pode cair na tentação de querer aumentar a arrecadação para tentar reduzir mais rapidamente o déficit primário. Não há espaço para elevar os impostos, ou criar novas taxas, sem que isto afete o crescimento econômico”, completa.
A economia do País está no rumo certo para sair da crise, segundo Emílio Alfieri. No entanto é possível acelerar o processo. “Se mantivermos o ritmo atual, é possível retomar os níveis econômicos de 2014 em até quatro anos. Mas se houver uma reforma fiscal mais abrangente, e uma simplificação tributária, podemos recuperar os bons números já em dois anos”, finaliza.
Série Histórica do Impostômetro:
2014 | R$ 1.913.945.777.706.00 |
2015 | R$ 1.992.868.462.040,52 |
2016 | R$ 2.004.536.531.089,32 |
2017 | R$ 2.172.053.819.242,78 |
2018 | R$ 2.388.541.448.792,42 |
2019 | R$ 2.504.853.948.529,48 |