Prejuízos causados nos setores alertaram organizadores e produtores sobre a importância dos produtos em qualquer tipo de evento ou produção
A pandemia provocada pelo coronavírus trouxe inúmeros prejuízos aos organizadores de eventos e produtores de filmes, independentemente do porte. Nessa época de incertezas, os eventos e produções que contavam com algum tipo de seguro foram os únicos que não ficaram totalmente prejudicados, como aconteceu com o torneio de Wimbledon e o filme Batman.
A crise chamou a atenção para a importância de contar com proteção em momentos como estes e, também, provou que por mais planejamento e experiência que se possa ter no ramo, imprevistos podem ocorrer a qualquer momento. O torneio de Wimbledon, por exemplo, que aconteceria de 29 de junho a 12 de julho foi cancelado pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, mas os organizadores receberam uma indenização de U$ 141 milhões graças à apólice de seguro contra pandemia pela qual pagaram um total de U$ 34 milhões ao longo de 17 anos.
Com o adiamento das Olimpíadas não foi diferente, o Comitê Olímpico conseguiu recuperar boa parte do investimento, cerca de R$ 10 bi por conta do seguro, mas grande parte ainda ficou descoberta porque, de acordo com Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o seguro cobre o cancelamento, mas não o adiamento. O adiamento exigia um acordo com comitê organizador, que precisava estar preparado para seguir por mais um ano e o governo japonês também precisava estar disposto a continuar apoiando os preparativos.
A indústria do cinema também foi prejudicada tanto no lançamento de títulos, incluindo o esperado Batman da Warner Bros., como muitos filmes que estavam em produção e tiveram que interromper as filmagens por tempo indeterminado. Além disso as salas de cinema também contaram com prejuízos imensos desde que tiveram que fechar as portas.
No caso da indústria cinematográfica, tanto em Hollywood como em Bollywood, na índia, a maioria conta com planejamento de seguros e com apólices que cobrem pandemias, porém muitos dos contratos contemplam apenas filmes lançados, ou seja, os que tiveram que atrasar o lançamento não estarão cobertos e embora as pandemias façam parte das apólices, o coronavírus foi excluído das condições pré-existentes, assemelhando-se ao que acontece com os planos de saúde e doenças pré-existentes.
“Muitas pessoas imaginam que os seguros de eventos e produção de filmes são exclusivos de quem lida com grandes shows ou grandes produções, mas essa é uma ideia equivocada e é importante ter em mente que estes seguros são aplicados desde um seminário ou videoclipe, adaptando-se ao tipo e tamanho”, diz Rodrigo Kihara, diretor executivo da Deal Seguros. Para o executivo, este equívoco faz com que muitos eventos corporativos e gravações de comerciais, fiquem descobertos, contando apenas com a sorte.
O Seguro de Eventos conta com cobertura desde a montagem até a desmontagem, não se limitando apenas aos equipamentos, valores, objetos cenográficos e decoração, inclui também a responsabilidade civil com extensão para artistas, alimentos, danos morais e até falha profissional. É possível ainda contratar a cobertura de acidentes pessoais e eventuais despesas causadas por cancelamento, adiamento ou interrupção.
Em relação ao seguro de produção de filmes, o produto conta com a cobertura para os equipamentos, figurinos, cenografia em geral, elenco, despesas de refilmagem, despesas extras de produção e responsabilidade civil geral e profissional.
Assim que essas atividades forem retomadas, estima-se um crescimento das vendas destes produtos no mercado e as seguradoras deverão oferecer produtos mais completos, pensando em possíveis pandemias ou outros desastres que obriguem o cancelamento ou adiamento. Diante de tantos prejuízos pelo mundo afora, acredita-se que a cultura do brasileiro em relação aos investimentos em seguros esteja prestes a mudar.