Casa de análises lançou relatório para advertir quem faz muitas trocas na carteira de olho na rentabilidade de momento
O final do prazo estendido para a entrega das declarações do Imposto de Renda se encerra em 30 de junho. A Capital Research publicou um relatório sobre o impacto dos tributos no retorno dos seus investimentos.
O material destaca que, os investidores tendem a olhar só para o rendimento bruto de suas aplicações no dia a dia e podem acabar se surpreendendo com os descontos no momento da declaração do IR. Por isso, o analista-chefe, Samuel Torres, responsável pelo relatório, dá algumas dicas de como minimizar esse impacto. “Uma das coisas que deixa a conta do IR mais cara, por exemplo, é manter os investimentos na carteira por pouco tempo. Isso geralmente está ligado ao excesso de movimentações dos ativos em busca de uma rentabilidade maior, que pode acabar se perdendo com os efeitos tributários”, indica Torres.
Investimentos
O especialista comenta que para alocar em algum investimento, normalmente é necessário resgatar/vender outros – afinal, “o indivíduo comum não tem dinheiro infinito para investir” –, o que, na maioria dos casos, implica em uma alíquota maior de Imposto de Renda. Por conta disso, o relatório da Capital Research adverte para casos em que corretoras e assessores recomendam a troca de toda ou grande parte de uma carteira de investimento em um período curto, já que isso impacta nos rendimentos e no pagamento de impostos, que geralmente ficam fora da conta da rentabilidade apresentada.
O material esclarece que, no caso do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que incide sobre Títulos do Tesouro (Tesouro Direto), CDB, debêntures e fundos de investimento também é necessário ficar atento à alíquota ao longo do tempo, mas minimizá-lo é um pouco mais fácil. “Segundo a tabela do IOF, a alíquota do imposto é muito alta no começo (96%) e acaba corroendo quase todos os ganhos, porém, a partir do 30º dia, a alíquota vai a zero, de modo que, para escapar desse imposto, basta manter os investimentos sobre os quais incide IOF por pelo menos 30 dias”, explica Torres.
Diferimento
Já no caso do Imposto de Renda, além da alíquota regressiva ter um prazo bem maior e nunca chegar a zero, um fator que deve ser levado em consideração é o chamado “diferimento”, que, em outras palavras, significa deixar o pagamento do imposto para o final do período de investimento em vez de pagá-lo ano a ano.
“É muito relevante na conta da sua rentabilidade, mas é algo pouco comentado ou levado em consideração nas recomendações de investimento que vemos por aí”, aponta Torres, que ressalta “e esse benefício quanto maiores são o retorno e o prazo do investimento. Uma pessoa que investir R$ 10 mil e obtiver uma rentabilidade de 10% ao ano, com diferimento, terá R$ 999.322,00 após 50 anos, enquanto a que optou pelo modelo sem diferimento e pagou impostos todos os anos terá R$ 590.863,00 ao final do mesmo período.”