Importante entender quais são os desafios nessa gestão, visando à elaboração de estratégias para solucioná-los com base em dados confiáveis
A gestão de plano de saúde empresarial é um processo crucial para qualquer organização que almeja garantir o uso adequado do benefício e o equilíbrio das finanças. Sem ela, o cenário financeiro pode ficar cada vez mais nublado, sobretudo devido aos custos dos serviços.
Por isso, é importante entender exatamente quais são os desafios nessa gestão, visando à elaboração de estratégias para solucioná-los com base em dados confiáveis. Do contrário, o achismo pode levar a empresa a sofrer com absenteísmo, gastos excessivos com os planos, baixa produtividade no trabalho etc.
Pensando nisso, a Dra. Ana Claudia Pinto, Diretora de Produtos e Soluções Digitais da Sharecare, fala quais são os desafios da gestão de planos de saúde e o que fazer para superá-los. Confira as dicas e coloque-as em prática.
Os desafios da gestão de plano de saúde empresarial
De forma geral, como explica a Dra. Ana Claudia, o maior desafio “é o aumento dos custos“. De maneira similar ao que acontece em organizações de diferentes setores, a gestão de plano de saúde empresarial emerge como um processo que não é assimilado com tanta naturalidade pelo RH. Afinal, uma coisa é oferecer o benefício — e outra é ter capacitação profissional para lidar com suas especificidades.
Os serviços de saúde têm um custo direto, ou seja, aquele relacionado a cirurgias, consultas e gastos gerais. Na prática, reduzi-lo já é um grande desafio — tanto que boa parte das empresas sofre com gastos crescentes, principalmente com o uso inadequado dos serviços, que ocorre quando o funcionário não sabe exatamente a qual canal de atendimento ou especialista recorrer.
E quais seriam, então, os demais desafios no contexto dos planos de saúde?
Reduzir custos indiretos
Nas palavras da Dra. Ana Claudia, a empresa tem que lidar com uma série de questões que “envolvem muitos custos indiretos, sendo que essa não é a especialidade dela”. Dois bons exemplos seriam a desmotivação do empregado e o absenteísmo por doença.
A faixa etária média nas empresas, por exemplo, é de 32 ou 33 anos, segundo a especialista. Nesse grupo, “os problemas mais recorrentes são de ortopedia, porque há muitas indicações de cirurgia que nem sempre são necessárias“, ela explica.
“Esse ponto é preocupante, tanto pelo custo direto, quanto pelo custo indireto que se perde com absenteísmo. A ortopedia é uma das causas mais frequentes de falta dos colaboradores ao trabalho”, ela completa. Para ir além, a redução da sinistralidade dos planos, por exemplo, é outro desafio que cresce a cada ano, já que o impacto negativo é dobrado, se considerarmos não só o aumento dos custos, mas fatores econômicos, como a inflação.
Reduzir nível de estresse e ansiedade
Transtornos mentais, como ansiedade e depressão, também se tornaram preocupações maiores no mundo corporativo. O impacto no bem-estar dos funcionários — e na produtividade da empresa — pode ser enorme. A Dra. Ana Claudia explica que são quadros que podem tirar mesmo as pessoas mais produtivas do ambiente de trabalho, gerando casos de absenteísmo difíceis de gerenciar.
Para tornar a questão ainda mais complicada, esse tipo de problema tende a vir acompanhado de outras doenças crônicas.
Preservar o sigilo das pessoas
Problemas de saúde são questões de cunho pessoal e nem todo mundo se sente confortável para tratar disso abertamente. Logo, a empresa se depara com um obstáculo para o próprio mapeamento da população.
Mesmo quando a identificação de um quadro clínico é feita, os funcionários temem que suas informações não sejam mantidas sob sigilo. Como mostraremos a seguir, esse é um de vários problemas que podem ser resolvidos com soluções de saúde e o apoio de quem é especialista no assunto.
As melhores práticas para solucionar esses problemas
O primeiro passo para uma abordagem efetiva é fazer um levantamento claro sobre quais são os problemas existentes e, a partir desse panorama, definir as prioridades. Esse mapeamento pode ser feito com soluções clínicas específicas, como as desenvolvidas pela Sharecare.
Adote uma modelagem preditiva
A modelagem preditiva é uma metodologia baseada em algoritmos matemáticos e estatísticos, cuja função é gerar previsões sobre o risco de um determinado evento ocorrer em um intervalo de tempo futuro. No contexto da saúde nas empresas, ela é aplicada para delimitar grupos de risco, apontando quais problemas merecem atenção especial na população.
A Dra. Ana Claudia exemplifica: “se uma população conta com 500 hipertensos e a empresa só tem budget para priorizar 100, a modelagem preditiva ajuda a encontrar o funcionário que tem mais risco“. A partir dessas informações, é desenvolvido um trabalho de saúde preventiva.
Na prática, o resultado é uma economia geral de custos — tanto por evitar que quadros piores se desenvolvam, quanto pelo direcionamento das pessoas para um comportamento de autocuidado. Isso significa conscientizar, educar e informar sempre que preciso, promovendo a adoção de hábitos mais saudáveis e evitando a necessidade de visitas constantes ao pronto-socorro ou à clínica.
Gestão de dados em saúde
Outra iniciativa importante é a adoção de ferramentas que permitam gerenciar os dados com mais eficiência. O aplicativo Sharecare, por exemplo, conta com uma funcionalidade chamada RealAge, que calcula a idade real do corpo com base em indicadores de saúde inseridos na plataforma.
A partir desses dados, “é possível ter um mapeamento muito claro dos problemas que a empresa tem”, conta a Dra. Ana Claudia. Além de promover reduções de custos importantes, o método respeita as demandas dos funcionários por privacidade das informações.
“A avaliação permanece sigilosa com o paciente”, ela explica. “A empresa não fica sabendo da condição pessoalmente, mas sabe que há uma porcentagem de pessoas com a condição X. Então, por meio do cruzamento de dados, pode encaminhar as pessoas para os programas sem que essa informação tenha que ter o nome de alguém.”
Como fica claro, é possível agir diretamente sobre os principais problemas e realizar um trabalho completo, tanto no sentido de melhorar a qualidade de vida dos funcionários, quanto no de reduzir custos. São desafios que toda gestão de plano de saúde empresarial deve encarar. Por isso, conte com o apoio de quem é especialista no assunto e não deixe que esse benefício tão essencial se torne uma dor de cabeça para sua empresa.