Varejo de materiais de construção perde 621 vagas em novembro

A cidade de São Paulo conta com o pior desempenho entre todos os municípios que compõem a região metropolitana

O varejo de materiais de construção da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) apresentou mais um saldo negativo na movimentação do mercado de trabalho. Novembro do ano passado contou com uma redução de 621 vagas formais. O resultado se agravou na comparação com o mês anterior, no qual 259 postos de trabalho foram extintos, segundo estudo do departamento de Economia do Sincomavi. Em relação ao mesmo mês de 2015, o balanço também se mostrou negativo, pois houve naquele período o corte de 549 vínculos empregatícios – número menor ao obtido em 2016. No saldo acumulado do ano, de janeiro a novembro de 2016, o resultado se revela ainda mais impactante: eliminação de 3.454 empregos com carteira assinada no setor.

Dentre os municípios que compõem a RMSP, o que obteve a maior redução do mercado de trabalho formal do varejo de materiais de construção em novembro foi São Paulo, com -337 vagas. Já Cotia alcançou o melhor desempenho, com a geração de 49 vagas. “Considerando os últimos doze meses, de dezembro/15 a novembro/16, a retração é de -4.743 postos de trabalho do estoque total”, revela o economista Jaime Vasconcellos. A cidade de São Paulo também lidera o quadro negativo nesse caso, com -2.356 vagas. Itaquaquecetuba foi o município que conquistou o melhor resultado no comparativo: +20 vagas.
 
Em novembro houve geração de emprego em apenas um dos três setores do comércio de materiais de construção analisados: tintas e materiais para pintura registrou saldo positivo de 12 vagas. O grande responsável pelo recuo expressivo no mercado de trabalho setorial foi o segmento de ferragens, madeira e materiais de construção, com -602 vagas, seguido do comércio de vidros (-31 vagas).

 Como esse é o terceiro mês consecutivo com perdas, fica evidente o quanto a crise do mercado de trabalho afeta de forma constante e forte o setor”, pondera Vasconcellos. “O agravamento no recuo das vendas no decorrer de 2016 é o maior responsável pela redução do quadro de trabalhadores deste comércio varejista”. Ainda que melhores estimativas macroeconômicas estejam em pauta já para 2017, a realidade do setor de materiais de construção se mantém bastante pessimista. “A redução de obras públicas, endividamento das famílias e pouca capacidade empresarial de expansão justificam essa situação tão complicada, seja para evolução da receita vendas, seja para movimentação do mercado de trabalho formal”, finaliza.