Marcio Coriolano faz palestra na última etapa do Conexão Futuro Seguro
O Presidente da CNseg, Marcio Coriolano, afirmou que o setor de seguros superou agruras em um ano ameaçador e reforçou atributos estratégicos para permanecer sólido durante e após a pandemia. Agora colhe os frutos de iniciativas relevantes, como a colheita digital, e se prepara para um ciclo mais dinâmico de negócios a partir de 2021. Suas considerações foram feitas como convidado para proferir palestra de abertura da última etapa do evento Conexão Futuro Seguro, promovido pela Fenacor, Sincors e Escola de Negócios e Seguros e encerrado nesta quinta-feira (12) à noite.
Entre os atributos do setor, Coriolano destacou a reconhecida solvência, a concorrência crescente, a criatividade em soluções e o progresso tecnológico. E mais: lideranças, gestores e equipes experientes, preparadas e de excelência; representações institucionais organizadas, transparentes e combativas; uma rede de distribuição que “nenhum outro País pode sonhar”; a solidariedade do mutualismo e o espírito de servir.
Para ele, o seguro, colocado à prova nos últimos oito meses da pandemia, suplantou rótulos, como o de setor atrasado, e encerra o ano enfileirado entre atividades modernas, competitivas e avançadas tecnologicamente.
Confiança incondicional, adquirida ou renovada dos clientes, que enxergam o seguro como proteção para pandemias e outros problemas de uma era de incertezas, e seguradores, corretores e profissionais de seguros prontos para responder demandas e sonhos dos segurados estabelecem um elo perfeito à evolução contínua do mercado, na opinião de presidente da CNseg.
Uma retomada, aliás, já exibida nos números de setembro do mercado, mês da virada para o terreno positivo no acumulado do ano, enquanto a maioria das atividades econômicas ainda em dificuldades.
Ainda assim, 2020 será lembrado como ano que dificultou o retorno a uma taxa anual de crescimento de dois dígitos, a exemplo de 2019. “Todos os ramos de seguros cresceram em 2019 e conquistamos uma evolução real de inéditos 9%”, lembrou ele, para quem, não fosse a eclosão da pandemia, o setor provavelmente superaria uma taxa de crescimento de 12% neste ano, possibilidade emperrada após dois meses difíceis (abril e maio) e uma gradual recuperação a partir daí. “Desde então, o mercado de seguros reage positivamente, principalmente nos Ramos de Vida, Residencial, Crédito e Garantias, Rural”, pontuou.
Em um ano em que a crise de mobilidade, seguida de severa recessão, refletiu-se duramente em setores chaves para o seguro, como o de veículos, comércio e serviços, o retorno gradual das atividades permite uma reação dos ramos de seguros proporcional aos segmentos aos quais se destinam as coberturas, criando boas expectativas.
Embora severa, a crise econômica brasileira seria ainda mais profunda, não fosse a rede de socorro a empresas e famílias a cargo do governo. “O baque seria inimaginável”, declarou. Ele também pontuou o papel relevante do órgão regulador durante a pandemia. “A Susep, depois de alguns iniciais acenos regulatórios que preocuparam, recuperou uma agenda de desburocratização historicamente pedida pelo setor segurador. Como está ocorrendo nos seguros de grandes riscos e massificados. E com regras de proporcionalidade e de melhor alocação de ativos. A modernização regulatória tem facilitado nossa travessia”, sinalizou.
Por fim, há os efeitos da revolução silenciosa do mercado (fusões, incorporações, venda de carteiras não estratégicas, acordos para diversificar produção entre grupos outrora concorrentes), cuja consequência foi ampliar o número de empresas-líderes e disponibilizar novos produtos e serviços, destacou Coriolano.