Confira o artigo escrito por Marcelo Farinha, presidente da Federação Nacional de Capitalização
A Capitalização ingressa em 2022 completando uma trajetória de 93 anos de atuação ininterruptas no mercado, em que a resiliência tem sido a sua marca. Nesta longa jornada, o setor enfrentou os mais diferentes desafios. Aliás, a atividade chegou ao Brasil no período dramático de crise mundial provocada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York – que afetou os rumos dos negócios com café e abriu caminho para o algodão, por exemplo. Portanto, é um segmento que tem convivido com mudanças de hábitos, no estilo de vida e na atividade econômica ao longo do tempo.
E estamos passando por mais um grande desafio: a pandemia da Covid-19. O setor, como todo o processo produtivo, também teve impactos negativos, mas acelerou os processos de inovação realizando pesados investimentos para garantir o atendimento on-line. Nesse processo de migração para o digital, foi fundamental o engajamento das equipes das empresas para a implementação de uma contínua mudança de processos capazes, por sua vez, de oferecer transparência e segurança nas operações.
Tudo isso constituiu um grande aprendizado e os resultados foram importantes para termos a confiança de que o setor encerra o ano de 2021 mais forte, mais estruturado e pronto para retomar o vigor dos anos anteriores. As equipes envolvidas nessa rápida transformação tecnológica também saem mais fortalecidas e aptas ao atendimento das novas demandas, entre as quais figuram, além das pessoas, os pequenos e microempresários que acabaram por ser os mais afetados justamente pela ausência, muitas vezes, de um planejamento financeiro e reserva de valor para períodos de crise.
A confiança da Capitalização com o futuro é sinalizada desde já pelo resultado positivo: R$ 20 bilhões de arrecadação entre janeiro e outubro de 2021, crescimento na casa dos 6%, e um crescente volume de reservas que ultrapassa os R$ 33 bilhões. É claro que ainda existe um longo caminho a ser trilhado. A crise provocada pela pandemia reforçou a importância da Capitalização como instrumento de reserva de valor, disciplina financeira e mecanismo de garantia, seja para os momentos de emergência, ações sociais e comerciais, ou para transformar sonhos em realidade.
É importante ressaltar que um dos diferenciais competitivos da Capitalização é a sua diversidade e a sua capacidade de se reinventar. Com os avanços regulatórios, o setor deixou de ter praticamente uma única opção de produto para se transformar em um segmento capaz de criar outros modelos de negócios, com atuação de produtos em garantia de aluguel, filantropia, ações de marketing voltadas à retenção de clientes, só para citar alguns exemplos.
É uma atividade com grande capacidade de se acoplar a outros produtos e mercados. Ao longo dos anos, a Capitalização se desenvolveu a partir das necessidades dos públicos de interesse e passou a oferecer soluções simples que, combinadas com sorteios, são capazes de atender de maneira diferenciada a novas e crescentes demandas da sociedade.
Essa característica abriu uma nova perspectiva de mercado, inclusive para corretores de seguros. Somos capazes de atender às demandas de praticamente todos os segmentos de negócios. Com produtos voltados para pessoa física ou jurídica e com valores acessíveis, para qualquer tamanho de bolso, extremamente inclusivo e de simples contratação, a Capitalização demonstra toda a sua versatilidade e aderência às necessidades dos consumidores.
O marco regulatório trouxe ainda novas possibilidades de negócios. A modalidade de Incentivo, que aproxima empresas de seus clientes, ou ainda a modalidade Instrumento de Garantia, que se vale os títulos para a viabilização de muitos contratos, devem dar impulso para uma retomada sustentável do segmento.
A modalidade Filantropia Premiável têm apresentado desempenho altamente promissor. Os acordos com organizações sociais emprestam ao mercado grande credibilidade que é devolvida a esses projetos na forma de investimentos significativos. De janeiro a outubro de 2021, os produtos contribuíram com um aporte mais de R$ 1 bilhão às entidades que realizam ações voltadas ao trabalho social. Foi o setor que mais direcionou recursos à filantropia ao longo do ano passado.
Por fim, os próximos anos serão de valorização da experiência do cliente, ou seja, pensar essa jornada é mais importante do que a simples venda dos produtos. Aprimorar os mecanismos de relacionamento com o consumidor e oferecer soluções mais ágeis e completas serão determinantes para a sustentabilidade do mercado de Capitalização. Transformar os clientes em fãs é o desafio da Capitalização no Brasil. Que venham os próximos anos!