Seguro auto dobra de preço: guia para economizar

Sabemi

A alta de preços no Brasil afeta muitos setores, entre eles o setor de seguros automotivos. Segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador que mede a inflação média do país, coordenado pelo IBGE, nos últimos 12 meses, esse serviço acumulou um aumento de mais de 32%.

No entanto, motoristas que tentam renovar o seu plano podem encontrar aumentos superiores a 100%. O preço médio de um seguro, que era de R$ 1.737 em 2021 para homens, chegou, em maio de 2022, a R$ 3.369, de acordo com levantamento da seguradora Minuto.

 

Fatores que levaram ao aumento

Para especialistas no setor, o motivo principal é a valorização dos veículos, novos e usados, nos últimos meses. Como as seguradoras precisam pagar as indenizações de acordo com a FIPE – tabela que media o valor dos automóveis no mercado para negociações, que também vem sofrendo uma grande inflação –, elas elevam os preços para os clientes, evitando prejuízos.

Outro fator que inflaciona o valor de um seguro é o aumento da sinistralidade que veio com a reabertura da economia pós-pandemia. O alto número de colisões e panes fez com que aumentasse em 41,3% o total pago em indenizações no primeiro trimestre do ano, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados. No mesmo período, a receita das seguradoras cresceu 23,3%, segundo o mesmo levantamento.

O valor do seguro também altera de carro para carro. Um modelo visado para assalto costuma ser mais caro, assim como carros que já saíram de linha ou que as peças para manutenção tenham um valor mais elevado. Se o carro for usado, a quilometragem e o estado do veículo também contam na hora da avaliação.

 

Resquícios da pandemia

Na pandemia, o valor dos seguros chegou a cair até 35% em algumas cidades. Por outro lado, nesse período, o valor dos veículos subiu consideravelmente, puxado pela falta de componentes na indústria, como aço e microprocessadores. Como grande parte das produções ficaram paradas, faltou veículo 0 km no mercado, influenciando também o aumento dos seminovos. Pessoas que se programaram para comprar um modelo de carro acabaram gastando muito mais.

Com a alta inflação interferindo em todos os setores e no custo de vida, é normal que as pessoas busquem uma forma de reduzir os custos. Os concertos em casa, com ferramentas mais simples, como ferro de solda, alicate e torquímetro passaram a fazer parte da rotina de muitas pessoas, mas, em muitos casos, ter uma boa seguradora é a forma mais rápida de evitar uma grande dor de cabeça. Para facilitar a busca de pessoas que querem economizar com o seguro, mas não sabem por onde começar, separamos um guia para auxiliar na hora de assinar o contrato.

 

Como economizar no seguro de veículos

O primeiro passo para economizar no seguro auto é entender como são formadas as coberturas e quais necessidades elas atendem. Normalmente, quando são contratadas as chamadas “coberturas básicas” ou o “seguro compreensivo”, as seguradoras cobrem roubo, problemas como explosão, incêndio e outras coisas básicas.

Já as “coberturas adicionais” podem ser contratadas de acordo com as necessidades do cliente. Se para o condutor é importante ter um carro reserva, vale a pena incluir essa opção na cobertura. Tudo depende de uma boa análise contratual para entender quais são as prioridades para o segurado. Uma pessoa que não tem costume de viajar, por exemplo, não precisa de um guincho que cobre uma quilometragem muito alta.

Além de analisar bem o contrato, é essencial escolher uma seguradora que tenha boa reputação no mercado. Isso é o que vai garantir a assistência do segurado e a certeza de que será atendido, caso tenha que acionar o seguro.

 

Desconto progressivo

Quanto menor o número de multas e envolvimentos em acidentes o motorista tiver, maior será o desconto que conseguirá nas contratações futuras. As seguradoras tendem a dar descontos maiores para clientes de baixo risco. Motoristas solteiros, do sexo masculino, entre 18 e 25 anos, acabam pagando mais no seguro, porque representam mais riscos de acidentes para as seguradoras.

Casados conseguem um valor mais baixo, por se enquadrarem em um perfil estatístico mais responsável. Vários fatores entram nesse cálculo, como, por exemplo, um homem de 23, com habilitação desde os 18 anos, com um bom histórico, pode conseguir um desconto maior que um jovem de 23 anos habilitado desde os 21.

Mulheres casadas e com bom histórico pagam menos ainda. Alguns levantamentos mostram que mulheres se envolvem em menos acidentes de trânsito, e as seguradoras entendem que elas dirigem com mais cautela e responsabilidade, fazendo com que sejam clientes desejadas, já que existem menores possibilidades de acionarem o sinistro.

Os seguros também são mais caros para quem compra pela primeira vez do que quem vai renovar para um segundo ano. Os segurados em processo de renovação podem contar com o desconto bônus da apólice, que pode representar um desconto de até 30% no valor do seguro do novo ano. Por isso, é importante achar uma boa seguradora, onde o consumidor poderá ficar satisfeito por muitos anos.

A cada ano que o segurado fica na empresa, ele sobe de nível com o bônus. Esse bônus não tem ligação com o perfil do consumidor, mas com a quantidade de vezes que ele acionou o serviço. Se a pessoa bate o carro, volta um nível de bônus, por exemplo.

 

Preços devem continuar altos

As seguradoras começaram a aumentar os preços em setembro e outubro de 2021, e, segundo especialistas, os preços só devem voltar a se normalizar no final do ano. No entanto, a queda de valor no setor só vai ser sentida depois do primeiro semestre de 2023. A inflação, somada às incertezas da eleição presidencial e à falta de peças suficientes para a produção de carros, dificulta a melhora no cenário neste ano.

É importante que o consumidor mantenha pelo menos a cobertura compreensiva, a mais tradicional do setor, que auxilia com os principais problemas, e tente sempre negociar os preços com as corretoras, achando o pacote mais compatível com a sua realidade.

(Foto: Divulgação istock)