O avanço da tecnologia em todo o mundo gera diversos benefícios. E certamente existem aqueles pontos que devem ser observados com atenção. Um exemplo é quando citamos a segurança de arquivos digitais e todo o sistema de rede, principalmente de empresas que têm diversos registros confidenciais. E para manter tudo bem protegido, o consumidor precisa colocar a mão no bolso, em alguns casos. Os preços dos seguros cibernéticos continuam aumentando, mesmo que de forma levemente mais contida.
Só nos Estados Unidos a alta foi de 79% no segundo trimestre deste ano. Enquanto isso, a elevação no Reino Unido teve um registro de 68%. Esse período foi o 19º aumento consecutivo, de acordo com o levantamento Global Insurance Market Index, da empresa de gestão de risco Marsh, sendo a maior sequência desde que as pesquisas se iniciaram, em 2012.
O que é cyber security ?
Em tradução literária, o cyber security é o seguro cibernético. Um adicional às empresas que disponibiliza uma apólice com o objetivo de impedir perdas financeiras, decorrentes de ataques de criminosos realizados em ambientes virtuais. O cyber security também pode estar relacionado com incidentes, erros ou negligências gerados na companhia, que podem resultar em vazamentos de dados extremamente importantes. Conheça algumas coberturas ou extensões:Responsabilidade pela segurança de dados; Custos de defesa e investigação; Sanções administrativas; Extorsão na internet; Interrupção de rede e Conteúdo de mídia.
Resumindo, de forma simples, esse seguro oferece uma ajuda depois que o sistema for infectado, trabalhando de forma diferente do antivírus, que tenta evitar que a rede seja invadida. Talvez, você esteja se perguntando por que escolher contratar um seguro, ao invés de adotar uma postura mais proativa. A resposta pode ser mais simples do que parece: nenhum sistema é 100% protegido. Os antivírus também não fazem milagres. E os criminosos tentam derrubar redes de empresas de todos os tamanhos. Além disso, tem o fator humano, que pode ocasionar algum erro e divulgar algum dado confidencial. Já pensou?
Como funciona?
É importante destacar que cada contrato irá realizar uma cobertura diferente. Mas as coberturas incluem todos os custos pós-ataque hacker e vazamento de dados, inclusive quando há o bloqueio de rede e os criminosos pedem dinheiro para liberar novamente.
Além disso, os especialistas explicam que todos os gastos para uma investigação forense, contratação de técnicos e equipe para gerenciamento de crise estão inclusos.
A companhia pode contratar quem ela quiser, mas a corretora já deve ter funcionários disponíveis para realizar todo o trabalho de recuperação.Os contratos são feitos com prazo de validade de um ano, assim como seguros de vida. Em média, aqui, no Brasil, para ter uma apólice que cubra R$ 1 milhão, a empresa contratante deve pagar como prêmio de R$ 7 mil a R$ 25 mil ao ano.
Preocupação gerada e crescimento no mercado
Como qualquer outra instituição financeira, as seguradoras acompanham de perto o desenrolar da guerra na Ucrânia, além do aumento na tensão entre China e Estados Unidos. A preocupação é gerada pela exposição direta que os conflitos podem causar. Nas apólices, por exemplo, a guerra é um dos motivos de exclusão de coberturas.
Entre os problemas que também são monitorados, estão a subida da inflação, aumento do risco cibernético e disrupção de cadeias logísticas. O último, inclusive, começa a dar bons sinais de evolução, após acordo internacional entre Rússia e Ucrânia para a exportação de grãos.
São muitos os problemas, e por isso, há uma procura maior para fazer seguros cibernéticos. No ano passado, com a alta crescente de ataques de ransomware – utilizado por cibercriminosos, que podem bloquear o sistema ou criptografar dados –, as corretoras precisaram elevar os preços dos contratos. Isso porque ficou muito caro para cobrir resgate, consertar redes e cobrir lucros cessantes.
Segundo a S&P Global Market Intelligence, em 2016, o índice de perda era de 43 centavos a cada dólar pago nos prêmios de seguro cibernético. Entre 2016 e 2019, o número não passou de 48 centavos. Mas, em 2020, ele disparou para 73 centavos por dólar. As corretoras ficaram extremamente preocupadas com o risco de esfriar o mercado. Mas não foi bem assim.
Aqui, no Brasil, por exemplo, as vendas aumentaram quase 100%. De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNFs), em março deste ano, houve recorde na comercialização de apólices e de receita em prêmios, totalizando cerca de R$ 13 milhões. Já no acumulado de 12 meses, entre março de 2021 e fevereiro de 2022, a quantia de R$ 113 milhões em prêmios que foi registrada é quase 100% maior do que o obtido no mesmo período anterior.
Expectativa do mercado
Mesmo com recordes de comercialização e um crescimento exponencial, especialistas detalham que ainda há uma dificuldade no mercado. Uma corretora de Londres disse que os preços dos prêmios têm aumentado 100%, em média. E que não vai ser incomum ver essa taxa subindo para 300% até o fim de 2022. Essa vai ser uma alta muito cara para as empresas que desejarem proteger toda a rede de computadores. Foto: Divulgação istock